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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Mães sofrem de solidão


A algum tempo não escrevo pois estou as voltas com meu filho que fez um aninho mês passado e também não gostaria de encher os ouvidos de vocês com histórias de uma mãe de primeira viagem, todavia quero fazer breves considerações sobre a solidão que senti nos três primeiros meses pós-nascimento.

Já comentei aqui que meus pais faleceram e que minhas irmãs moram bem longe, a mais de 3.500 km de distância, por isso também recebo menos visita delas.

Quando meu filho nasceu transcorreu tudo muito tranquilamente, assim como a gestação, o parto e sua vinda para casa. Um bebê quietinho, calmo e sereno, um verdadeiro santo. Mesmo assim é uma mudança radical, nada que li ou ouvi é parâmetro para descrever o que aconteceu comigo depois que me tornei mãe. Os primeiros meses são uma verdadeira provação para a mulher. Sentia-me em um ringue de luta... estava apanhando muito mas tinha que tentar ficar em pé e continuar lutando para sobreviver.

Optei por ficar os primeiros noventa dias em casa, e meus únicos “passeios” foram ao pediatra e ao posto de vacinação, dia após dia em casa, o marido saía para trabalhar e eu ali com um recém-nascido fofo que demandava dia e noite mas interagia pouquíssimo.

O meu maior desafio nestes primeiros meses foi lidar com a solidão, digo solidão e não depressão pós-parto que é completamente diferente, eram dias e noites dentro de casa, um silêncio ensurdecedor, aflitivo, doído...

E não é somente o isolamento físico da agitação do dia-a-dia por conta da necessidade do recém-nascido que sentia falta, me sentia emocionalmente sozinha, já que, por mais que me queixasse, comentasse ou pedisse ajuda para o meu marido, irmãs ou amigas, a verdade é que agora, eu estava ali com outro ser humano por minha conta e risco!

E a famosa felicidade e plenitude que só a maternidade dá? Só vem com o tempo, como qualquer amor, esta felicidade e plenitude são construídas, portanto não exija isso de uma recém-parida, ser mãe nos primeiros meses dói, dói o corpo e a alma. Doía também porque não dormia, mesmo se o bebê dormisse, eu não dormia por inúmeros motivos, mas o principal temor era de não ouvi-lo chorar, de ser negligente...

O que me fez muita companhia neste início foi a televisão e o celular com internet, como o smartphone foi um “anjo” em minha vida, desta forma estava conectada com o mundo novamente.

Ainda bem que tudo passa e este último ano foi a maior e melhor experiência que já vivi, João Pedro é uma bênção de DEUS e eu aproveitei cada minuto deste primeiro ano de sua vida e não me arrependo de nada.

De tudo que já fiz nos últimos 39 anos, sem sombra de dúvida, ser mãe foi meu melhor papel.

Estou feliz, bem da verdade, felicíssima.

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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Ligeiramente grávida!

 

Estou grávida. Foram exatos 38 anos antes disso de uma vida muito boa sem a menor vontade de ter filhos.

E, do nada me vejo grávida, com um ser humano crescendo dentro mim. Vocês devem estar se peguntando, como assim, do nada? Sim, meus amigos, à princípio eu não queria ser mãe, ter filhos, a simples possibilidade de pensar nisso me tirava o fôlego, tinha certeza absoluta que não tinha dom, não havia nascido para a maternidade, e o tal do "para sempre", "filho é para sempre", me deixava completamente desprovida de chão, de ar.

Todavia a idade foi chegando e o medo também, resolvi depois de muita conversa com meu esposo que pararia de tomar anticoncepcional, então como comprava em estoque, disse, assim que estes acabarem, não compro mais, e os mesmos terminaram em março deste ano. Só que o remédio acabou e eu não me empenhei em engravidar, se é que vocês me entendem. A vida continuou e eu vivendo, tipo assim, se não engravidar, não é culpa minha, nem estou tomando remédio mais, Deus é que quis assim.

Saí de férias, vida normal, nem pensando no assunto gravidez, mas, digo, que fui passada para trás, eu não pensava, mas meu marido sim, calculou tudo, fez tabelinha e "batata", voltei de férias grávida depois de 15 dias viajando.

Eu desconfiei logo no início, na quinta semana de gravidez eu já sabia, ainda era embrião, aparentemente nada de mudanças corporais, fiz um teste de farmácia e deu negativo, estava cedo demais, mas não me convenci, tinha certeza que estava grávida, conheço a mim mesma e ao meu corpo. Na mesma semana fiz outro e o resultado foi positivo, meu DEUS, que desespero, comecei a chorar, chorei, me angustiei, desesperei e depois disso me ajoelhei, consagrei aquela nova vida a DEUS e a minha cabeça não parou mais de funcionar. Pensei cá com meus botões, o que será de mim agora, sem mãe, sem pai, sem minhas irmãs por perto, não tenho ninguém, só o marido, estou perdida.

O resultado do exame foi numa sexta-feira à noite, o primeiro final-de-semana depois disso foi com a minha mente funcionando numa velocidade de 300 km por hora, não consegui mais dormi, o estresse me tira completamente o sono. Aí, você planeja mil coisas para anunciar a gravidez de um jeito inovador e surpreendente para o esposo, todavia o máximo que consegue fazer é chorar.

Só contei para três amigas e pedi segredo absoluto, porque precisava desabafar com alguém. Eu queria que a gravidez ficasse natural para mim primeiro para depois contar aos amigos, mesmo sabendo que o carinho e a alegria seriam enormes, são muitos os hormônios, assim como os mais variados tipos de sentimentos, para todo dia ter alguém perguntando se você está feliz, se prefere menino ou menina, se já começou a pensar no quartinho, mais isso ou aquilo, se o que você mais deseja é sossego e conseguir terminar uma refeição sem vomitar pelos corredores do restaurante, além de ter uma excelente noite de sono.

Qual foi meu primeiro e maior receio: engordar demais e passar a pesar cem quilos. Como já engravidei com o chamado sobrepeso, isso é motivo constante de preocupação. E por que não emagreci antes? Não consegui, fiquei um ano tentando emagrecer, deveria ter emagrecido 13 quilos, eliminei dez, depois engordei 5.

A maioria das mães dizem que engravidar é mágico, que começam a enxergar tudo mais colorido, que tudo fica mais bonito. Nada disso aconteceu comigo ainda, infelizmente, a realidade nua e crua começou a bater a minha porta incansavelmente e eu passei a ter diariamente pesadelos, sim, pesadelos, horrorosos, daqueles de acordar gritando.

O famoso sono que toda grávida tem, sumiu, uma insônia e desassossego tomaram conta do meu ser.

Comecei a vigiar, inclusive o que pensava, além do que comia e bebia, não me permitia pensar nada de ruim e acreditava que tinha obrigação de dar saltos e cambalhotas de alegria. Só que não, nada disso estava acontecendo comigo. Com isso, cobranças e mais cobranças.


E assim, os mitos vão sendo desmistificados. Eu acreditava que grávida só enjoava pela manhã, ledo engano. Sabe de nada, inocente! Eu enjoei com cheiro de comida, perfume, tudo que podem imaginar, a vontade era de sumir, mudar para outra galáxia.

Depois, a quantidade de vômitos, como eu passei muito mal e vomitei bastante, tinha vezes que eu pensava, este bebê sairá pela boca e descerá vaso abaixo.

Pensam que acabou por aí, não, e as enxaquecas, tive quatro crises horrendas, daquelas de ir parar no hospital tomar soro e coquetel de injeções na veia, já que a única coisa que grávida pode beber é paracetamol e o mesmos não resolviam o problema, tamanha a dor, parecia que a minha cabeça iria explodir. E uma amiga minha dizia, você tem que sublimar, aprender a conviver com a dor, pode ser fraqueza, as mais fortes que me perdoem, todavia depois de três dias e três noites com uma dor insuportável, e eu quase enlouquecendo, fui para o hospital e o alívio foi imediato.

E eu pensava, como serão estas quarenta semana de gravidez, se nestas primeiras eu já não tenho mais controle sobre mim. A barriga já está saliente, vou ao banheiro toda hora, antes deitava e dormia, não levantava para fazer xixi, agora não tenho mais controle, mal deitei, tenho que levantar para ir ao banheiro, os seios estão maiores e muito doloridos (o restante da descrição não foi aprovada pela censura, leia-se, marido, então apaguei), meu quadril que já era grande está enorme, minha pele ressecada. Ademais, parece que estou pesando cem quilos e que a qualquer momento irei explodir feito a Dona Redonda. Diante de tudo isso, mentalizo, vai passar, "são os hormônios" e você está somente na oitava, nona, décima semana. Até meditação on-line eu tentei fazer, assim como curso de grávida pela internet, tudo para tentar distrair.

O início de uma gestação é bem desestabilizador, as informações são inúmeras e chegam aos montes, como enxurrada e a única coisa que você consegue enxergar pela frente é mulher grávida e criança.

O que mais me incomodou neste início? Em primeiro lugar a quantidade de exames, já no primeiro pedido de exames de sangue foram retirados de mim 17, isso mesmo, dezessete tubos de ensaio, tudo que puderem imaginar foi pedido e examinado, graças ao meu bom DEUS tenho um excelente plano de saúde.

Segundo, a quantidade de vezes que você vai ao médico, e como a cabeça não para de funcionar lembrei que meu sangue é O negativo e que meu marido é A positivo, daí já tinha ouvido em algum lugar que se os sangues são incompatíveis necessita-se fazer mais um tipo de exame, o chamado "coombs indireto", fui novamente para o consultório da médica, pegar mais um pedido de exame, voltar ao laboratório para furar mais uma vez o meu braço e tirar mais um tudo de ensaio de sangue, este deve ser feito mensalmente.

Com todos os exames em mãos, inclusive o que comprovava a gravidez, vou para mais uma consulta com a ginecologista, uma hora na sala de espera e mais uma hora e meia dentro do consultório, um zilhão de informações me foram passadas, mais pedidos de exames, ultrassons, dicas de sutiãs, meias de compressão, que tipo de lingerie utilizar, nada sexy, muito pelo contrário, tudo muito feio e sem cor, que tipo de hidratante corporal, além do mais saí de lá com um cartão de pré-natal mais uma lista com indicações de livros, sites e inúmeras outras dicas. Aff, depois disso tudo estava morta e só conseguia pensar, aonde é que fui amarrar a minha égua!

Além do medo, angústia, prostração, enxaquecas, enjoos, dores nos seios, cansaço, falta de ar, insônia, sensação de estar o tempo todo empanzinada, o que teve de bom e interessante em ficar grávida? Até o presente momento a única coisa que gostei e fiquei realmente emocionada foi com o primeiro ultrassom, onde você vê o seu bebê e ouve momentaneamente e muito rapidamente o coraçãozinho, no mais foi cansaço e mal-estar.

Contudo pelo que tenho lido, tempos melhores virão. Estou com 13 semanas, terminei o primeiro trimestre de gravidez, entrei oficialmente no segundo, agora "todo mundo" já pode saber que serei mãe e que apesar de parecer meio fora de órbita o bebê está ótimo e cheio de saúde, crescendo em sabedoria e graça para honra e glória do Senhor Jesus.

Sintetizando este turbilhão de emoções, encontrei conforto em Clarice Lispector quando disse: "Que medo alegre, o de te esperar."

A gravidez e seus mitos!


Todas as fases da vida do ser humano, principalmente da mulher, são um turbilhão de emoções e hormônios desde o nascimento. E tenho experimentado mais uma fase muito intensa, a primeira gestação, meu primeiro bebê. E com isso, tenho me surpreendido a cada dia com as novas sensações que estou vivenciado e também com o que tenho ouvido, uma das frases que mais ouço é: "você está feliz?" ou "você nem parece tão feliz assim". E, eu, cá com meus botões penso, isso não é gravidez de novela e muito menos filme de romance hollywoodiano. Mas, como já imaginava que isso iria acontecer e para evitar as receitas prontas e enlatados, tenho evitado conversas em torno da minha gravidez e tenho lido. Todavia é preciso selecionar o tipo de leitura, pois tem literatura e blogs na internet para todos os tipos de pessoas e sobre todos os assuntos.

Dia desses, em mais uma solitária investigação pela rede me deparei com um texto sobre "incômodos da gravidez", e o mesmo iniciava-se assim: "a grávida acaricia a barrigona numa casa arejada e clara. Cortinas brancas esvoaçantes revelam um jardim florido onde as crianças brincam. O marido ao lado observa com ares de regozijo aquele momento mágico em que mãe e filhos se conectam afetuosamente, ainda que não tenham se visto. Ah! A gestação: a melhor fase da… - PÓ PARÁ! Glamour de gestação é coisa de propaganda de creme hidratante preventivo de estrias! Quem foi que inventou que a gravidez é linda? Ou era homem ou não era mãe. Ou foi uma premiada da vida que não sofreu com nenhum dos incômodos da gravidez. A maternidade é assim: imperfeita, inacabada. Ainda que bela e divina, exatamente por isso. Não postamos sobre nossas falhas, mas buscamos no Google a fórmula mágica para lidar com cada uma delas." Eureka, é isso que estou sentido.

E, como sou um ser pensante, palavra mais bonita para descrever-me, pois não quero confessar aqui que sou preocupada, para não dizer preocupadíssima, o que mais tenho feito nos últimos quatro meses é refletir e ler sobre o milagre da concepção do ser humano. Vamos e convenhamos, analisando racionalmente, um espermatozoide une-se a um óvulo e este milagrosamente se transformará em 40 semanas em um ser humano, é inacreditável e inexplicável ao mesmo tempo. A isso damos o nome de MILAGRE! Entende-se por milagre a ação, o fato ou acontecimento que é impossível de explicar-se segundo as ciência naturais, atribuindo-se então o acontecido a um mover sobrenatural de ordem Divina, ou seja, a DEUS.

Depois da nidação, termo técnico para explicar que o óvulo foi fecundado no útero, o seu lindo bebê crescerá diariamente e paulatinamente, numa velocidade de foguete sendo lançado ao espaço. Assim também acontecerá com seu amor de mãe, o amor pelo meu filho, sim, é menino, está sendo construído dia após dia, e DEUS em sua infinita sabedoria nos dá nove meses para isso, para irmos nos preparando e nos acostumando com todas as inúmeras emoções e privações deste período. Ou seja, hoje amo muito mais o meu filho do que ontem.

Enquanto escrevo este texto pondero, sei que estou grávida pelas inúmeras transformações do meu corpo, mas ainda não sinto o bebê mexer, apesar de já ter lido que ele dá até cambalhotas dentro da minha barriga, portanto a interação com ele ainda é pequena, acaricio a barriga, de vez em quando converso um pouquinho, mas confesso que é difícil manter um diálogo com uma pessoinha que você nem viu até então. Porém, se tem uma coisa que tenho feito muito é clamar a misericórdia divina, brinco, que se você não crer em DEUS e nem em nada, começará a crer, pois mãe ora 24 horas por dia.

Portanto, não perguntem se a grávida está feliz, sim, ela está, sim estou, o meu bebê foi planejadíssimo, são 13 anos de casamento e 17 de relacionamento, até o dia que o bebê foi concebido eu sei, como diz Chapolin Colorado, tudo nos mínimos detalhes, então, me perdoem se não estou correspondendo às expectativas dos familiares e amigos, já que são inúmeras as novidades e infinitas as emoções, mas garanto, estou feliz, só que não preciso chorar e muito menos soltar uma caixa de foguetes cada vez que contar para alguém que estou grávida. E também não alcancei o pedestal da santidade por causa disso, continuo a mesma Érika de sempre, só que agora em outra etapa, pois que graça a vida teria se fosse uma eterna constante?

Outro dia, ouvi de uma querida, faça o que você quiser, do jeito que desejar, este momento é seu. É isto, apesar de tudo e do meu jeito, estou curtindo cada instante, cada mudança, cada dia, cada transformação.

Sei que a maior loucura que a maternidade vai me proporcionar é que todos os desconfortos deste período serão apagados da minha memória, dizem os mais antigos que mãe tem memória curta, ainda bem, né?

Diante disso, tudo parecerá lindo e mágico, para que um dia eu diga que tive saudades da gestação e possa colocar mais filhos no mundo.


quarta-feira, 11 de março de 2015

A proeminente necessidade de encerrar ciclos


Tenho necessidade de encerrar ciclos, é um desejo tão latente, que por vezes me entristece, me angustia. Quando e aonde isso começou? Não sei responder de bate-pronto, todavia, desde que me entendo por gente não aprecio a sensação de deixar rabichos. Necessito dos pingos nos “is”, das perguntas e suas respectivas respostas.

Vivo melhor quando sei as etapas do processo, quando há planejamento. Pensando bem, jamais seria pesquisadora, como aqueles pesquisadores das reportagens “depois de trinta anos de pesquisa eis a conclusão que chegaram”. Misericórdia, me dá até taquicardia, pensar que ficarei debruçada em um mesmo projeto por três décadas. Sei perfeitamente que são graças a estes nobres profissionais que há a cura para diversas doenças e descobertas inovadoras dignas de Prêmio Nobel, mas, definitivamente, não é para mim.

E como tudo na vida tem os prós e contras, este meu lado, início, meio e fim, tem uma grande vantagem, sou desapegada, sim, no sentido mais literal da palavra, desprendida, das coisas, lugares e pessoas. Se é para terminar, que termine logo, se a doença é incurável, não há medicação no mercado capaz de dar uma vida digna a este ser humano, sem sofrimentos, o melhor é a morte o mais breve possível. Se é para ir embora, que vá, leve todos os seus pertences e preferencialmente nem olhe para trás.

E comigo não tem essa de ficar remoendo, guardando mágoa, de um jeito ou de outro as coisas precisam e devem ser resolvidas, caso não seja possível pelo amor, será pela dor mesmo, e se é para sofrer que soframos logo tudo de uma vez, nada de sofrimento em doses homeopáticas, porque vim a este mundo para ter vida e vida em abundância, e consequentemente ser feliz.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente terminem, colocando o devido ponto final, isso mesmo, ponto final e não reticências, nada contra elas, entretanto, todas às vezes que as vejo em um livro, texto ou frase me vem aquela sensação de inacabado. Faz-se necessário deixar as coisas realmente irem embora e se abrir para o novo.

Experimente encerrar ciclos, organizar os armários, a papelada, a casa, o coração, as contas, a sua vida. “Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, simplesmente porque aquilo já não se encaixa mais na sua vida.”

“Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira”, faça isso em um cômodo de cada vez, em uma pasta por vez, não adianta abrir várias frentes de trabalho e deixá-las inacabadas ao longo do caminho.

“Deixe de ser quem era, e transforme-se em quem é ou gostaria de ser”, mas comece devagar, como diz a poeta, porque a direção é mais importante que a velocidade.

Desapegar-se, é renovar votos de esperança de si mesmo. É dar-se uma nova oportunidade de construir uma nova história melhor. Liberte-se de tudo aquilo que não tem te feito bem, daquilo que já não tem nenhum valor, e siga, siga novos rumos, desvende novos mundos. A vida não espera. O tempo não perdoa. E a esperança, é sempre a última a lhe deixar, já dizia Fernando Pessoa.


sábado, 13 de dezembro de 2014

Qual o segredo das pessoas genuinamente felizes?


Se tem uma espécie de ser humano que me intriga e é objeto de constante observação e análise são as pessoas eternamente felizes. É uma felicidade tão plena e contínua que chega a incomodar as pessoas a sua volta, parece que nada os abalam.

Como sou casada com uma pessoa com esta característica, imaginem o tempo de arquibancada que tenho. Alguns ficarão intrigados, para não dizer chateados com o que direi, mas os “sempre felizes” são egoístas, sim meus amigos, estão chocados? Pois então, são egoístas. E o porquê desta conclusão assim de bate-pronto? Pelo simples fato de que na vida o objetivo imediato que os mesmos têm é satisfazerem as suas necessidades, estarem bem consigo mesmos, primeiro eles, depois os demais.

Outra coisa, como são cheios de compromissos, estão sempre rodeados de amigos, de pessoas a sua volta, não tem um minuto sequer de sossego para pensar, nem no banho, pois no banho eles cantam e alto, desta forma nunca ou quase nunca estão em contato com seus sentimentos mais íntimos, seguem a vida no sentido mais pleno da famosa frase: "deixa a vida me levar, vida leva eu." O importante é viverem e muitas vezes a quantidade é bem melhor que a qualidade. Se possuem dez festas em uma semana irão nas dez, não farão uma triagem, não analisarão a que seria melhor, não, nada disso, o importante é o constante movimento.

Claro que, como tudo na vida, este estilo “baladeiro profissional” tem prós e contras, todavia depois de muito observar concluí que tem mais prós e é infinitamente mais benéfico viver desta forma.

Segundo o livro “Os 100 Segredos das Pessoas Felizes” de David Niven estas pessoas possuem algumas características em comum, ei-las:

Use uma estratégia para alcançar a felicidade;
Usufrua as coisas comuns;
Seja uma pessoa positiva;
Abra-se para novas ideias;
Concentre-se naquilo que é realmente importante para você;
Não confunda bens materiais com sucesso;
Cultive as amizades;
Lembre-se de onde você veio;
Faça as coisas nas quais você se sente competente;
A sua vida tem um propósito e um sentido.

E como diz Bob Marley na célebre canção, Don't worry be happy:

Durante toda a vida nós temos algumas dificuldades
Quando você se preocupa, você a faz dobrar
Não se preocupe, seja feliz
Não se preocupe, seja feliz agora
Não se preocupe, seja feliz
Não se preocupe, seja feliz
Não se preocupe, seja feliz
Não se preocupe, seja feliz
Ainda que não tenha um lugar para por sua cabeça
Porque alguém veio e levou sua cama
Não se preocupe, seja feliz...

Posto isto, o importante é viver, ser feliz e marcar sua presença neste mundo, be happy, I was here!


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Mudar dói, mas em sua maioria vale muito a pena!



Mudar é quase sempre muito difícil, causa medo, ansiedade, resistência, espanto. Mudança duradoura de comportamento então, quase um milagre. Todavia, por que mudar é tão difícil?

Normalmente mudanças radicais de vida acontecem depois de catástrofes, doenças graves, grandes decepções, etc., e é preciso desejo grande, pois quase toda mudança gera desconforto, dor, palpitações. Quanto mais o tempo passa, pelo menos esta seria a ordem natural das coisas, mais fáceis e aceitáveis as mudanças se tornam.

Observadora da vida que sou, a começar por mim, posso afirmar que mudar é um grande desafio. Observe as pessoas a sua volta, todos os dias fazem o mesmo caminho para o trabalho, dormem no mesmo lado da cama, almoçam no mesmo restaurante, preferencialmente com os mesmos amigos e na mesma mesa. Se diz que não gosta de um alimento não come de forma alguma, nem mesmo experimenta para verificar se tem uma nova opinião, segundo uma nutricionista que conheço, só podemos dizer que não gostamos de determinado alimento se experimentá-lo, no mínimo, de doze formas diferentes.

Eu, por exemplo, não sou afeita ao gênero comédia para filmes, posso contar nos dedos as vezes que paro para ver uma comédia, ou seja, devo estar perdendo excelentes momentos e boas risadas.

O que não nos falta são “cases” de sucesso, por vezes nos cansa, e muito, estes inúmeros conselhos e exemplos, porque só você sabe a dor e a delícia de ser o que é.

E se tem uma frase que morro de preguiça é esta: “Deus não dá um fardo maior do que podemos suportar.” Muitas vezes não suportamos, contudo não existe outra saída a não ser seguir em frente, como sempre digo, chora e anda, pois se chorar parado criará um buraco em volta de si, uma erosão e quando parar de chorar terá dois trabalhos, um é sair do buraco e outro é tentar recuperar o tempo perdido, pelo menos se chora e anda, quando parar de chorar estará em algum lugar.

Segundo Beth Joseph no livro Equilíbrio Psíquico e Mudança Psíquica, mudar é complexo pelo medo do desconhecido e mudar significa ousar, ir por um caminho novo, diferente e isso muito nos atemoriza, pois por pior que esteja a situação atual, ela é conhecida. Sabemos, mesmo que minimamente, em que terreno e onde pisamos, como as coisas se comportam e esses “saberes” muito nos conforta, contudo, também nos mata aos poucos, e este é o perigo do comodismo.

Mudar tem um risco, um grande risco, dado que não sabemos como as coisas ficarão, o que pode ser assustador, logo, permanecer pode ser mortal.

E posso dizer com larga experiência, sempre que precisei mudar, por mais que o medo tenha sido meu maior companheiro de jornada, foi para melhor.

Sigamos em frente, porque o cão não ladra por valentia e sim por medo.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Hoje eu acordei triste, tristinha...


Hoje eu acordei triste, como diz a música do talentosíssimo Zeca Baleiro, “eu tava triste, tristinho, mais sem graça que a top-model magrela na passarela, eu tava só, sozinho, mais solitário que um paulistano...”

Confesso que levantar foi um sacrifício, sinceramente, este ano, foi um ano intenso, com muitas novidades, algumas muito boas, para não dizer, excelentes e outras ruins. E todos os dias que fico assim, cabisbaixa, sou tomada por um remorso, uma vergonha; penso, tenho saúde, casa limpinha, cama gostosa, família constituída e sólida, bom emprego e como posso estar assim?

Continuando com as reflexões, antes mesmo de levantar, lembro das milhares de pessoas a minha volta com problemas gravíssimos, e, mesmo sabendo disso, da realidade nua e crua do mundo a minha volta, a semente da tristeza, continua lá. Mas, por que este sentimento vira e mexe aparece no meu coração? Sinceramente, não sei e não gosto, para mim estas tristezas do nada têm gosto de ingratidão. Enfim, hoje não teve jeito, tive preguiça de levantar e fazer o que faço todos os dias, tomar banho e me arrumar para o trabalho, por exemplo, e quando estou assim, borocoxô, é fácil de notar, não me enfeito, nada de brinco, anel, colares, pulseiras, maquiagem, simplesmente visto a primeira roupa que vejo e saio de casa arrastada.

Vivemos uma época em que ser feliz é uma obrigação – os tristes são indesejados, e normalmente as pessoas não toleram tristeza, “nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra,” já dizia Martha Medeiros.
 
A verdade é que acordei triste hoje e mesmo assim está tudo bem. "Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente.”

“Francamente, tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem por isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.”

(os trechos em aspas são de autoria de Martha Medeiros)