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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A morte é um dia que vale a pena viver

Depois de ver o vídeo "A morte é um dia que vale a pena viver", da Dra. Ana Claudia Quintana Arantes eu me lembrei muito da minha mãe, que foi um ser humano extremamente digno, trabalhador, honrado, honesto, e que mesmo em meio a tanta dor, tanto sofrimento, tanta tristeza, deixou tudo preparado para sua morte.

Deixou um texto bíblico para confortar seu esposo, filhas, neto, familiares e amigos.

Arrumou a casa, pagou as contas, deixou tudo limpo e organizado como sempre fez durante toda a sua vida.

Despediu-se de tudo e todos.

Um mês antes de falecer, se recolheu para dentro de si, e nos fomos notando esta mudança gradativa de comportamento.

Mãe, minhas sinceras desculpas, perdão, eterna gratidão e admiração. Tudo que sou hoje, TUDO, TUDO, TUDO, agradeço a senhora, minha mãezinha querida.

Até os hinos que deveriam ser cantados no velório, ela especificou (Hora bendita, Em oração e Mais perto quero estar).

Eis abaixo o texto bíblico que ela determinou que fosse lido no culto de corpo presente.

"Mas deliberei isto comigo mesmo: não ir mais ter convosco em tristeza.

Porque, se eu vos entristeço, quem é que me alegrará, senão aquele que por mim foi entristecido?

E escrevi-vos isto mesmo, para que, quando lá for, não tenha tristeza da parte dos que deveriam alegrar-me; confiando em vós todos, que a minha alegria é a de todos vós.

Porque em muita tribulação e angústia do coração vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que vos entristecêsseis, mas para que conhecêsseis o amor que abundantemente vos tenho."

2 Coríntios 2:1-4


Aniversário de casamento


Há exatos 12 anos me casei no civil com meu marido Aluísio, vugo Delícia, o meu Delícia. Fomos, somente nós dois, com a roupinha do corpo, coisa simples "fio", sem padrinho, sem ninguém, sem eira e nem beira, parecendo dois jacús da roça no Cartório da Rua Guarani, lá tava lotado, uma muvuca danada.

Não temos foto, nem nada deste momento, só as lembranças que guardamos no coração.

Casamos pela manhã e dali mesmo nos despedimos, cada um foi viver a sua vida e fazer suas coisas, pois era plena quarta-feira útil e sábado era nosso casamento no religioso.

Não tive arrumação nenhuma, completamente desprovida de vaidade, levantei e fui, de ônibus mesmo, nos encontramos lá na porta, e como não tínhamos levado padrinhos, pegamos o casal de trás na fila para ser os nossos.

Bom, o tempo passou, muita água embaixo da ponte também e aqui estamos, comemorando bodas de seda, e parece que foi ontem, mas ao mesmo tempo, tem uma eternidade, pois nos casamos no século passado.

Ah, a vida, como diz Joseph Klimber, "a vida é uma caixinha de surpresas".

Nunca na minha vida, imaginei que fosse casar, queria ser uma executiva de sucesso, aparecer em jornais e revistas, na televisão, ser famosa pelo meu trabalho, estes devaneios.

Demorei para dar o primeiro beijo, somente aos 17 anos e depois de muita luta, tinha um complexo de feiura, inferioridade, que só DEUS. Namorado mesmo somente 02 e uns peguetes aqui e ali, mas nada sério.

Quando conheci Aluísio foi amor à primeira vista, eu amei a alma dele de cara, eu queria ser ele, o que faltava em mim sobrava nele, mas ao mesmo tempo, ele não se encaixava na minha forma e eu muito menos na dele.

Depois deste tempo todo, ainda não encaixo na forma dele e nem ele na minha, mas o mundo evoluiu, o tempo passou e as formas hoje são de silicone e se amoldam ao conteúdo, portanto, estamos e somos felizes, pois queremos e gostamos de estar juntos, gostamos das mesmas bobagens e queremos cada dia mais a felicidade e o sucesso um do outro.

O segredo é este, pelo menos deu certo conosco, querer estar junto, não competir, gostar de ver o outro feliz, deixá-lo livre para viver e voar, afinal de contas, somos um e ao mesmo tempo dois, e na maioria das vezes três, este terceiro ser é a junção de nós dois.

Antes de nos casarmos Aluísio já tinha vivido 31 anos e eu 25 e meio, portanto, tínhamos vidas e histórias para contar, já tínhamos um passado, gostamos e nos orgulhamos dele.

Problemas, temos e muitos, mas temos mais vitórias e histórias de superação e sucesso para contar. Que venham mais 50 anos!

Viva!

"Tempo, tempo mano velho"

"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;"

Se tem uma coisa que sempre carreguei comigo é o famoso "vai passar". Só que antigamente era o vai passar a pobreza, vai passar o sofrimento, vai passar a falta de dinheiro, vai passar a falta de sossego, vai passar a falta de paz interior.

Desde pequena, por mais que eu estivesse no maior sofrimento, no maior perrengue, me vinha a mente e ao coração, "vai passar", não sei de onde eu tirava esta certeza, mas eu sabia, tinha convicção, "vai passar".

E agora que estou vivendo a melhor fase da minha vida, já tive outras fases ótimas, mas esta agora é a mais especial de todas que já vivi até hoje, o mar está tranquilo, manso de tudo, céu azul, uma brisa suave, uma paz interior que excede todo entendimento, entretanto, lá no fundo de minh'alma, tem um bichinho, uma vozinha que me diz "vai passar".

Assim como as coisas ruins vem e vão, as boas também, vem e vão. Desta forma estou com medo, medo do que vem pela frente e ao mesmo tempo querendo aproveitar ao máximo a fase atual. Quem já sofreu muito na vida está sempre esperando o "novo sofrimento", a "nova dor". Isso é ser pessimista? Para mim não, é não querer ser pego de calças curtas. É se preparar. Então, o que fazer?

Primeiro, estou tentando viver um dia de casa vez, tentando aproveitar bem, ao máximo, conversar com novas pessoas, gente mais nova, mais velha, mais culta, mais sábia, gente de todo jeito e de toda qualidade.

Segundo, estou tentando viver como se não houvesse amanhã, estou desfrutando, me entregando, tentando ser o mais leve possível, mas a velha Érika insiste em gritar, e eu, persistente e paciente comigo mesma, também insisto em dizer para ela, fique quieta, sossega, pois ao meu redor tudo está bem, não há porque ficar inquieta.

E simultaneamente vou me catequizando, dizendo para mim mesma: "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há."

Inspirada na banda Pato Fu, digo: tempo, seja meu amigo, seja legal, pois conto contigo pela madrugada e só me derrube no final...


Mudanças

Mudei 05 vezes de cidade, 09 vezes de casa, 08 vezes de emprego, 10 vezes de escola e 37 vezes de pele, dentre outras mudanças, e todas elas, todas, foram para melhor, mesmo que momentaneamente eu achasse que não.


Voltaria atrás só se fosse para fazer melhor do que fiz da primeira vez, entretanto, aprendemos com os erros, com a repetição e eles nos levam a perfeição.

Acredite, tudo, tudo, coopera para o bem daqueles que amam e creem em DEUS, mesmo que momentaneamente você não consiga entender! 

Obrigada!


Leveza de alma e espírito!

Sempre me preocupei em viver direito, segundo as regras impostas pela sociedade referente ao que é certo e errado.

A cobrança e a punição constantes, assim como o arrependimento foram minhas companheiras durante uma vida toda.

Todavia, deixo claro, não gosto de obedecer, como eu odeio obedecer, é feio falar odeio, mais eu ODEIO cumprir regras, mas as cumpro e as faço conforme ditam para facilitar para mim, para ter menos encheção de saco, mas, se pudesse, ah, se eu pudesse e meu dinheiro desse, só faria o que me desse na cabeça, pois eu mesma sou meu fiel da balança, não preciso de balizadores me lembrado o que devo ou não fazer. Eu mesma anoto na alma, no corpo e no coração as minhas infrações e darei conta delas à DEUS.

O pior de tudo era o efeito "rebordosa", putz grila, ninguém merece, no dia seguinte, na semana seguinte, no mês seguinte, no ano seguinte, durante toda uma vida, pelo que disse, pelas atitudes que tomei, pela forma que agi.

Quase toda segunda-feira eu começava um novo ano, falava à partir de hoje será diferente. Uma luta renhida.

A sinceridade, falar o que me vinha à mente sempre foi minha parceira mais fiel, e como eu sofri por causa disso, como chorei, como me arrependi, falava comigo mesma, burra, que dia aprenderás, que dia ficarás calada, o peixe morre é pela boca e José do Egito foi alvo de inveja, fofoca e foi vendido pelos próprios irmãos de sangue por falar demais.

De tanto apanhar, apanhar muito, aprendi, hoje falo o que me é conveniente, guardo as minhas coisas para mim. Ou pelo menos tento.

Não sei porque, tenho vontade de fazer novamente, tudo eu tenho vontade de fazer pelo menos duas vezes, viver de novo o que já vivi para fazer diferente, fazer melhor, se pudesse, voltaria ao pré-primário, para estudar mais, me esforçar mais, viver mais e cobrar menos de mim mesma, sem sombra de dúvidas, isso não é possível. E o que é isso meu povo? Cobrança e mais cobrança.

Agora, estou aqui, macaca velha, calejada, não sei se caso ou compro uma bicicleta, se vivo do meu jeito ou "deixo a vida me levar".

Desaprendi um monte de coisas e quero fazer valer, recomeçar, ser mais leve, mais viva, mais feliz, cada dia mais feliz. Estou passando por uma fase que estou com urgência de ser feliz, uma urgência desgovernada, desenfreada, cansei de sofrer, cansei de me fazer de vítima da vida.

Tomei as rédeas de vez dessa entidade chamada vida e agora quem manda sou eu, ou pelo menos tenho tentado.

Morro de inveja das pessoas leves, pessoas com leveza de alma e de espírito sempre foram uma incógnita para mim, pensava, como elas conseguem, mas como diz Cecília Meireles:

"Leve é o pássaro...
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve."

Bom final-de-semana à todos!


Não me perguntem como

Não me perguntem como, não sei explicar, pois certas coisas não tem explicação, porém depois de tantas perdas, tantas dores, tanto sofrimento, depois de tamanha tempestade, veio a bonança.

Do nada, de mansinho, quase que de forma imperceptível as coisas foram entrando nos eixos, as feridas foram cicatrizadas e pararam de latejar, às vezes dói, mas é mais saudade que dor propriamente dita.

Em nossa vida, depois de certas circunstâncias, problemas ou fases complicadas, vem um tempo de calmaria, felicidade e sossego.

Fazendo uma analogia, acontece na vida o que sucede na navegação, onde depois da tempestade vem a bonança, sendo possível navegar mais tranquilamente, em mares mais serenos e agradáveis.

Obrigada EL ROI o DEUS que eu creio e que TUDO vê.


Cru

Tenho um mundo dentro de mim
Sou tão sincera que não acredito que os outros possam mentir
Me entrego tanto, que estranho quando não se entregam também
Sou tão transparente, que denuncio tudo o que estou sentindo
Sou tão intensa que as pessoas, às vezes, têm medo de mim.

Não sei viver fingindo ser quem não sou
E nem vou negar os meus sentimentos para fazer joguinhos
Isso não é de mim,
Que ninguém espere isso.
E que ninguém confunda minha entrega com desespero,
Porque eu me amo e sei do valor que tenho.

Sou o que sinto e vivo o que penso.
Quebro a cara, mas me reconstruo.
Não tenho medo de amar
E nem tenho vergonha de me expressar.
Quero da vida tudo o que ela possa me oferecer
E, se vierem lágrimas,
Deixarei que elas escorram firmemente sobre a minha face
E depois as enxugarei,
Quantas vezes forem necessárias,

Houve um tempo em que eu achava que precisava de alguém para ser feliz.
Esse tempo, felizmente, passou.

Já passei muito tempo me negando.
Já acreditei que eu sempre tinha que mudar para agradar a todos.
Essa época, também já passou.
Mesmo que eu ainda erre tanto
E viva o hoje com a ansiedade de quem pensa que o mundo vai acabar amanhã,

Ainda acredito que ser sincera e amar não é ridículo,
Que se entregar não é loucura,
Que sorrir é fundamental para ser feliz
E que confiar nos outros ainda hoje é possível.

Texto de Germana Facundo com adaptações minhas.