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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A desconstrução do estereótipo



Em linhas gerais, estereótipo são generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou características de outros. É um termo de origem grega que significa impressão sólida, e pode ser sobre a aparência, roupas, comportamento, cultura, etc..

Nós, seres humanos, em geral, adoramos estereótipos, e como eu sofri e sofro com este tipo de comparação, resolvi escrever sobre.

Trabalho na mesma empresa há 14 anos, quando iniciei os trabalhos estava com 23 anos, e os colegas à minha volta acompanharam todo o meu crescimento pessoal e profissional. A minha história está completamente interligada com a história da empresa. Obviamente, alguns traços de personalidade são o que faz da pessoa ser o que ela é, no entanto, uma jovem, para não dizer uma menina de 23 anos não tem nada a ver com uma mulher de 37 anos. O lapso temporal entre uma idade e outra é enorme e as mudanças inúmeras e relevantes.

Contudo, insistem em lembrar de como você era, o que você fazia e qual era o seu calcanhar de Aquiles, é o famoso ditado, quem faz a fama, deita na cama. E este tipo de coisa é como erva daninha, vai passando de uma geração para outra.

Quando o estereótipo é para o bem, maravilha, porém, quando se propaga, quando te tratam como se você ainda fosse a mesma pessoa de anos atrás, baseadas em mapas mentais completamente desatualizados, é muito irritante.

Eis um exemplo banal, nunca gostei de melancia, e de uns tempos para cá tenho amado, como com gosto e por puro prazer, quem não acompanhou esta evolução continua achando que detesto a fruta, o que hoje é uma inverdade.

Outro estereótipo que me acompanha, é que “falo pelos cotovelos”, um dia fui assim, pois como sou alegre, comunicativa, de bem com a vida, as pessoas acreditam que eu “falo com as paredes”. E mesmo quando jovem, mesmo quando “falava pelos cotovelos” como diziam, eu sempre amei ficar sozinha, sou caseira e os meus vizinhos dizem que na minha casa parece que não reside ninguém, tamanho o silêncio. Em festas sou uma das mais discretas, e para quem não me conhece de fato, acredita que "passei o rodo" na geral, bebo todas e que “quebro tudo”. Ledo engano.

Sou como a maioria, o famoso homem médio do Direito, tem dias em que estou mais alegre, mais falante e em outros não quero dizer nada! Quero apenas o direito de ficar calada sem ter de explicar o porquê de estar assim... Sobretudo sofro por saber que não sou eu quem vai te convencer.

O que tem me desencorajado é quando o resultado desta ação me prejudica no trabalho ou em alguma outra avaliação, colega me tratar como me tratava a mais de uma década, é cansativo e desgastante por demais. Acreditar que ser comunicativa é sinônimo de não saber guardar segredo e ser indiscreta é lamentável.

Diante da infinidade de alternativas que nos são apresentadas no decorrer de nossas vidas, não vejo porque o foco em algo específico tenha que, necessariamente, excluir focos secundários. Sinceramente, não vejo onde o fato da pessoa se preocupar com sua aparência a impeça de ler um livro, por exemplo. E a recíproca é válida. No entanto, a ideia de extremos ainda persiste na cabeça de alguns. Será que é imperceptível o quanto isso é limitante?

Aquela máxima do “não julgue um livro pela capa” continua valendo. Acredito que a identidade vá além dos padrões pré-estabelecidos e só se pode emitir juízos de valor depois de conhecer o conteúdo da pessoa, o que ela tem a oferecer. Se ela é mais que um rostinho bonito ou não vai depender das suas segundas impressões. Os estereótipos não são confiáveis: tatuado não é sinônimo de bandido, colombiano não é sinônimo de traficante, muçulmano não é sinônimo de terrorista, etc.. Simples assim.


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Deixa a vida me levar...


 

Este final-de-semana estava conversando com minha irmã caçula, temos uma diferença de nove anos, ela com 28 e eu com 37 anos. Ressalvada algumas proporções, somos muito parecidas, só que ela é muito mais leve, descolada e de bem com a vida do que eu.

Esta diferença de idade só pesa quando o que se esta em voga é o modus operandi de viver e como viver. Ela está na fase que se a vida dá-lhe uma rasteira ela levanta e sai andando, cambaleando, sangrando e eu estou numa fase da vida que estou “fingindo de égua.” A famosa árvore, se a vida vem e me dá uma rasteira, e se eu caio, tenho demorado para levantar, tenho aproveitado este momento no chão para descansar um pouco, tentar dormir, ver a vida por outro ângulo, é como se eu estivesse em um ringue e o árbitro da partida começasse a contagem regressiva: 10, 9, 8, 7... e eu só tenho levantado no 1, e muitas vezes nem tenho levantando, literalmente finjo de morta, daí encerra-se esta luta e eu vou embora.

Sinceramente, estou com uma preguiça de lutar, a palavra é esta, preguiça, qualquer coisa para mim esta mais interessante do que "pegar o boi da vida pelo chifre."

Tenho aplicado em minha vida neste momento o que disse Bob Marley: "difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama. Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer."

De algumas coisas, metas, objetivos, sonhos, simplesmente desisti, sem remorso, sem tristeza, momentaneamente não penso mais sobre o assunto.

Então, como tenho vivido, se o que sempre me motivou foram os sonhos, metas, objetivos? Simplesmente tenho deixado à vida me levar para onde ela quiser, por enquanto o meu barco está à deriva, estou deixando que tudo se resolva ao acaso, sem que eu tome qualquer iniciativa, sem que eu me esforce para mudar algo, sem reação, enfim!

"O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras... Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação." Mário Quintana

domingo, 23 de fevereiro de 2014

O sofrimento do outro me incomoda!




"O sofrimento das pessoas me incomoda, dá para sentir o imenso choro da dor. Como posso ficar parada, incessível e indiferente? Pois cada uma destas pessoas é parte minha, é minha gente."

Uma pergunta que vira e mexe vem à tona é porque o mundo é tão desigual, segundo Tim Maia "na vida a gente tem que entender que um nasce pra sofrer enquanto o outro ri." O mundo é um só e todos nós fazemos parte dele, todos nós somos responsáveis por ele, entretanto me parece que algumas pessoas vieram à passeio.

Por mais que gostemos de nossa individualidade, nós não somos seres individuais. O problema do outro é meu também. Nós não fomos criados para apenas viver o nosso mundo, onde quase tudo dá certo, enquanto alguém sofre do nosso lado. Se eu estou feliz, me importa sim se o outro sofre, me incomoda e muito.

“Ninguém precisa virar um idealista revolucionário para estender a mão ao próximo, ninguém precisa virar irmão de caridade pra olhar por quem precisa. É no nosso dia-a-dia, no nosso trabalho, na nossa família, no caminho por onde a gente passa que temos o dever de servir. É olhando para o outro com amor, compreendendo nossas diferenças, se importando, se pondo à disposição, se esforçando para dar o seu melhor, se colocando sempre no lugar do outro, respeitando, dividindo o que é seu. O que para nós não custa nada, para o outro pode ser tudo.”

Se tem uma cena que acaba com meu dia é eu estar no meu carro descendo a Av. Nossa Senhora do Carmo aqui em BH, região sul, e ver do lado de fora um senhor com problemas físicos, mentais e psicológicos se arrastando entre os carros, juro, tenho vontade de morrer, me sinto um lixo. Quando vou a algum restaurante nunca sento na calçada, não suporto ver crianças, pessoas do lado de fora me olhando, com fome e com todos os tipos de dores.

A dor do outro me incomoda, ao ponto de perguntar para DEUS, porque ele e não eu? Não sei explicar, mas as diferenças sociais me doem o corpo, a alma e o espírito.

Quando minha mãe tratava de câncer no Hospital da Baleia, é um hospital público e 90% das pessoas tratadas não tem acesso a rede de saúde particular, eu não suportava ver as pessoas ali morrendo em pé, a maioria nem tinha noção do quão grave era a sua doença, pareciam alheio a tudo e à todos, inertes, pois a letargia diante das notícias ruins e situações graves deve fazer com que sofram menos.

“A dor do outro dói em mim! Como não senti-la? Como permanecer insensível à dor? A realidade é dura demais e nossos olhos parecem não acreditar no que veem. A fome dói! A injustiça dói! A miséria dói! O contato com a dor do outro nos torna mais humanos, mais sensíveis, capazes de compaixão.”
Segundo Fabrício Carpinejar “a minha dor, eu sei resolver. Ainda que seja a custo alto, sei resolver. Pode ser com um calmante, um trabalho físico, um desabafo. Pode ser mexendo na horta, organizando as roupas no armário, limpando a casa, questionando a Deus, sei resolver. Ainda que demore, mas resolvo.
O que não sei resolver é a dor do outro. Fico muda, meu braço sobra, minha mão falta, minha boca treme. A dor do outro não se comunica. A dor do outro me isola. Tento uma brecha para falar, porém sinto-me intrusa e incômoda. Como uma casa em reforma, toda dor só é compreensível no idioma da dor, quem está de fora não entende, não tem razão, não alcança sentido. A dor não busca conselhos, a dor busca a pele para colocar por cima, busca cicatrizar a ferrugem e a maresia.

A dor do outro me desfalca, me devassa, me faz duvidar que podia ouvir. A dor do outro é a minha dor mais pessoal, porque é indiferente a minha própria dor, é uma parada de ônibus sem ônibus porvir, uma parada de ônibus para sentar e não ir. A dor do outro fica no lugar da dor, não suporta um passo além do círculo de sua lembrança fixa.

Ela tem a altura de um grito que não é dado para não desperdiçar a dor, ela não ri porque séria chega mais rápida ao fim da dor, não se empresta, é dor de osso, dor que não se enxerga de dia e não se enxerga de noite, é neblina com a roupa presa nos galhos, é uma escada sem mureta, sem apoio.

A dor do outro me esconde, me segrega, me empurra com os cotovelos para onde não desejava voltar. A dor do outro me pede ajuda para não ajudar. É severa como uma verdade antes da morte, severa como uma mentira depois da morte. A dor do outro é banal, irrisória e tola para os que não mergulharam em dor.

A minha dor, eu resolvo. A dor do outro, não sei onde colocar, onde me colocar. Faço como minha avó Elisa. Quando alguém recusava um abraço, ela pedia para devolver. Devolver o abraço é a dor do outro.”

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Quem sou eu?




Este blog surgiu por insistência de alguns amigos queridos, quando digo alguns não pensem que são muitos, foram uns três ou quatro, e nem foi tanta insistência assim, falaram umas duas ou três vezes comigo à respeito, como estava à toa na vida, resolvi criá-lo e o mesmo completou ontem 03 semanas de existência. Para mim virou uma terapia, venho aqui, escrevo e falo do que quero e como quero e nem sei se as pessoas leem de fato, ou se entram e veem as figuras somente, como não sou boba, coloco imagens para ilustrar, chamar atenção.

Esta postagem, quem me conhece não precisar ler, pois já sabem minha história de vida de trás para frente, entretanto como ela ainda não foi registrada para a posteridade, vou escrevê-la.

Sou a primogênita de uma família de 04 filhas, nasci dia 09/07/1976, quinta-feira, salvo engano, as 14h00, em Aimorés/MG. Meus pais, Solange e Toninho, à época jovens demais, minha mãe com 22 anos e meu pai com 25. Ambos já falecidos, infelizmente.

Morei até os três anos em uma fazenda nas redondezas de Aimorés, não me recordo nada deste período. Em setembro/79 meu pai sai de ônibus com minha mãe, minha irmã e eu de Minas Gerais e vai parar em uma cidade chamada Brasil Novo no estado do Pará. Não me perguntem como ele ficou sabendo da existência deste lugar, que não tenho a menor ideia. Também não me recordo nada da viagem e muito menos do início de vida no lugarejo, as primeiras lembranças que tenho se dão à partir dos meus 05 anos quando entro na pré-escola.

Posso estar redondamente enganada, mas Brasil Novo era um povoado, como ainda é, devia ter umas mil pessoas quando fomos para lá, não sei especificar a população, se alguém souber, me diga, por gentileza, não tinha luz elétrica e nem saneamento básico.

Lá meus pais tiveram mais duas filhas, então minha família resumia-se em 06 pessoas. Minha mãe era faxineira/merendeira da escola e meu pai lavrador. Tive uma infância pobre, com muitas dificuldades e limitações, porém feliz. Eu era feliz. Como diz a banda Pato Fu, "vai diminuindo a cidade, vai aumentando a simpatia, quanto menor a casinha, mais sincero o bom-dia." Quando se está só e longe dos parentes, os amigos mais próximos tornam-se a sua família, foi o que aconteceu.

Fui uma criança curiosa, falante, responsável, estudiosa e trabalhadora. Mas também era, respondona, arteira, brigona, levada, terrível para falar a verdade, uma peste. Não gostava de ouvir não como resposta e queria ser livre, independente, dona do meu nariz, fazer o que bem entendesse e tinha resposta para tudo e todos.

No Pará vivi dos 03 aos 14 anos e meio. Depois mudei para Itabira/MG, fui morar com meus avós maternos, vivi com eles durante 07 anos, já contei aqui, foi onde fiz o Magistério, na EEMZA, e depois fiz Pedagogia em João Monlevade, era uma faculdade particular e muito simples, tinha aula somente 03 vezes por semana, estudava quarta e sexta à noite e sábado pela manhã. Ia e voltava no ônibus da prefeitura para Itabira.

Como não sou linda, nem magra, nem alta, não tenho o QI elevado, nenhum tipo de talento artístico, nem talento para os esportes, nada, nenhuma habilidade que me fizesse sobressair, pois sou comum, comum, comum, entendi desde cedo que tinha que estudar, era o que me restava, para mim o importante era estudar, ter diplomas, independente de quê e de onde, por isso fazia o que dava e como dava.

Foi em Itabira também que arrumei meu primeiro emprego com carteira assinada aos 16 anos, fui ser estagiária/ajudante em uma escolinha particular que tinha do maternal ao terceiro período, eu amava o emprego que a minha professora me arrumou, assim como amava as crianças, que hoje devem ser todos adultos com seus vinte e poucos anos.

Depois em Itabira ainda trabalhei em duas escolas de informáticas, uma sei que ainda existe, a outra não tenho notícias. Por um mês somente prestei serviço na Prefeitura da cidade. Nesta primeira escola fui um misto de recepcionista, telefonista, faxineira, "boy", uma faz-tudo e foi lá também, em 1994 que comecei a aprender informática, como ficava muito tempo sem fazer nada e só, não havia redes sociais, internet, nada do que tem hoje para me distrair, eu estudava, pegava os livros/apostilas de Windows, Word e Excel ficando tentando aprender, e foi assim que comecei a minha carreira de instrutora, aprendi sozinha, fiz uns cursos por lá mesmo, depois dei aula para duas pessoas, estas duas pessoas gostaram, falaram bem de mim, fui dando mais aulas, aqui e ali, e de repente sou convidada para trabalhar em outra escola.

Quando terminei a faculdade em João Monlevade, com 21 anos, mudei para Belo Horizonte/MG e aqui fui trabalhar como instrutora de informática, arrumei os empregos batendo de porta em porta. Procurava no catálogo de endereços da cidade e levava o meu currículo. Em uma semana consegui 05 empregos, mas não era carteira assinada, se trabalhasse ganhava, o famoso "freelancer". Por isso como não sabia se na próxima semana eu teria aulas para ministrar, tudo que aparecia eu pegava, trabalhava de segunda a sábado, de manhã, à tarde e à noite. Não tinha tempo ruim e nem podia ter, pois tinha que me sustentar, pagar o aluguel, o condomínio, etc..

Três semanas depois que cheguei em BH conheci o meu marido, ele foi meu aluno, amor à primeira vista, falarei mais dele futuramente.

No início em BH morei uma semana na casa de uma tia de uma amiga minha de Itabira, de favor, depois aluguei um quarto por três meses na casa de uma senhora que a minha prima conhecia, quando saí desta casa dividi apto por mais de dois anos com uma mulher que nunca tinha visto até então e tinha o dobro da minha idade. As coisas foram acontecendo, depois morei mais de dois anos sozinha e logo em seguida, casei.

Dei aula de informática durante dois anos em BH, fiquei 05 meses desempregada, mas como sempre procurei emprego, arrumei este que tenho hoje, por sorte, fui para uma cobrir uma licença maternidade de três meses e estou lá há 14 anos.

Sempre fiz cursos, lia muito, procurava aprender de tudo um pouco. Sou uma pessoa interessada e disponível. Não tenho preguiça, trabalho mesmo e duro se preciso for.

Aqui em BH fiz uma pós-graduação em Gestão de Pessoas, faculdade de Direito, iniciei uma pós em Direito Processual, fiz um semestre somente e tranquei e agora estou no segundo semestre da pós em Direito do Trabalho.

Sou casada ha 12 anos e ainda não tenho filhos por opção, o mesmo deve ser encomendado este ano.

Esta sou eu, como diz Clarice Lispector, "sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar."

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Se o meu carro falasse!



Há exatamente dois meses tirei a carteira de motorista e logo em seguida já comecei a dirigir. No inicio, nas duas primeiras semanas contei com a boa vontade e disponibilidade do meu amigo Warney para me ensinar a andar em rodovias estaduais e federais, pois trabalho a 44 km de onde eu resido em BH e pego um trânsito intenso diariamente.

Demorei exatos 11 meses para tirar a bendita habilitação, cheguei a pensar que não conseguiria, que dirigir não tinha sido feito para mim, para vocês terem uma ideia, nas 15 primeiras aulas de direção eu mal conseguia manter o carro alinhado. Para falar a verdade, eu nem sabia que um veículo tinha três pedais. O que eu pensava? Não pensava nada, nunca quis dirigir na vida, a necessidade que me impôs mais este ofício, até então nunca tinha dirigido, nem de brincadeira, nasci para ter motorista. O meu professor Bel foi um anjo de Deus na minha vida, pois teve uma paciência de Jó comigo.

Quando bati asas e voei, depois que comecei a andar sozinha para lá e para cá, tenho passado cada aperto, que se o meu carro falasse, eu perderia a habilitação, certamente, ninguém merece motorista iniciante, não temos noção direito do que fazer e como fazer, pois a vida real é completamente diferente da auto-escola.

Esta semana fiquei perdida mais de uma hora sem saber onde estava, perguntei para várias pessoas como saía de onde fui parar para chegar em casa, um lugar que nunca tinha ouvido falar, por fim, depois de muito perguntar e rodar, paguei um motoboy para me indicar o caminho e fui seguindo-o.

Logo nos primeiros dias que estava com o carro, arranquei o retrovisor do veículo de uma moça, meu primeiro prejuízo, "morri" em R$ 280,00 para consertá-lo. Depois meio que caí em um buraco e lá se foi o pneu da frente literalmente para o brejo, mais um prejuízo de R$ 90,00 para fazer os reparos. Esclareço, que a culpa de eu ter arrancado o retrovisor do carro da moça é de Aluísio, ele me deu algumas instruções e eu as segui a risca, segundo ele eu devia olhar sempre o retrovisor do meu lado, se ele passasse, o do lado direito passaria também. Só que não, o meu passou e do lado direito, abafa, o estrago foi inevitável.

Deixo o carro "morrer" no meio da rua, passo as marchas erradas, quase as arranco para falar a verdade, mas tirando isso tudo, não tem preço a liberdade que se adquire em ir e vir, pois é maravilhoso a sensação de que você pode estar aqui agora e daqui a uma hora está em outra cidade.

Por tudo isso, digo, pode ser sofrido, mas depois que adquiri este direito não abro mão, independente do aperto que eu passe e que até agora foram muitos, dirigir é bom demais.

Na primeira semana de aula na pós-graduação a minha maior dificuldade foi estacionar, não sabia estacionar na rua, pois saio aqui de casa, da garagem e só paro na garagem do prédio onde trabalho, depois de rodar por cerca de 40 minutos e não conseguir estacionar sozinha, pois nenhuma vaga era por demasiado fácil e grande o suficiente para mim, não me fiz de rogada, parei o carro no meio da rua, chamei um senhor e o mesmo foi me ensinando com a maior boa vontade o que fazer e como fazer. Sem medo de ser feliz, falo para todo mundo que peço auxílio, acabei de tirar a carteira, não sei direito o que tenho que fazer, por favor, me ajudem.

Ou seja, não passo mais apertos que o necessário, e nem me faço de rogada, paro, ligo a seta, se necessário o pisca-alerta, peço ajuda às pessoas, pergunto, leio, assisto vídeos na internet e peço o socorro divino todos os dias.

No frigir dos ovos, tenho exercido este direito que adquiri a tão pouco tempo e estou feliz, não abro mais mão dele de forma alguma, entretanto, se ganhar na mega-sena, a primeira coisa que farei é comprar um carro estilo utilitário, mandar blindá-lo e contratar um motorista, para mim não tem nada melhor do que dizer, para o carro agora, por favor, que eu quero descer aqui e não me preocupar em encontrar uma vaga, em estacionar, etc..

Por fim, já que a vida é passageira, então quero ser a motorista da minha, e conduzi-la da forma mais nobre e eficaz.


Obrigada meu DEUS! Obrigada! Venho por meio deste post agradecer: estava agora dirigindo o meu carro e pensando, há exatos três meses eu comprei o meu primeiro carro, com 37 anos e meio. Eu não tive estágio andador, velotrol, velocípede, bicicleta, moto, carro do marido, do tio, irmã, cunhado, namorado, nada disso... demorei quase 40 anos para comprar o meu primeiro carro, juntei dinheiro, centavo por centavo durante 05 anos. E de todas as bençãos materiais que já conquistei, sem sombra de dúvidas, ter o carro foi o maior feito, ainda estou emocionada com esta nova aquisição. Acredito, que momentaneamente, até mais feliz do que quando comprei o apartamento. Sinceramente, a ficha não caiu ainda, entro e agradeço, ando pelas ruas que andava a pé, e agradeço. O meu sobrenome é gratidão. Trabalho a 45 km de minha casa em BH, em outro município, e fiquei 12 anos indo e vindo de carona, ônibus da empresa, passando todos os perrengues possíveis e inimagináveis que uma pessoa que não tem carro passa. Media esta cidade a pé, andava feito notícia ruim, somente ano passado foram 05 tentativas de assalto, sendo duas delas a mão armada. A foto abaixo é o trânsito que eu pego todos os dias, mas mesmo assim, feliz demais, muito obrigada BH, eu escolhi morar aqui, é a cidade do meu coração e muito obrigada meu DEUS, por todas as bênçãos e livramentos! OBRIGADA! OBRIGADA! OBRIGADA! 

O sentimento de completude - Por Izabella Marinuzzi


Ninguém é completo e nem será, somos seres em eterna construção e incompletos por natureza, sempre em busca de desafios e do desenvolvimento de novas potencialidades.

Às vezes nos deparamos com uma situação em que nos vem à mente o jargão “eu era feliz e não sabia”. O sentimento dessa tal felicidade, pra mim, é exatamente a sensação da completude.
Ninguém é completo e nem será, somos seres em eterna construção e incompletos por natureza, sempre em busca de desafios e do desenvolvimento de novas potencialidades, mas é o instante em que nos sentimos felizes que indica que estamos repletos, na medida em que nos cabe e nos apraz, naquele exato momento de vida. Sim, éramos felizes e sabíamos disso. Sempre sabemos quando a energia positiva flui e a nossa vivência se faz “leve”, com momentos de alegria e realizações.
Há algum tempo eu participei de uma conversa interessante com um juiz - hoje desembargador - que me dizia que, à época de seu ingresso na magistratura, ele era jovem e inexperiente com relação a alguns aspectos importantes “da vida”, como não ter sido ainda casado e não ter tido ainda filhos. Ele disse que fora questionado sobre sua capacidade para julgar casos relacionados à vara de família, por exemplo, não possuindo ele conhecimento empírico sobre o tema, ao que ele respondeu mais ou menos assim: “Eu não tive filhos ainda, mas tive e tenho pais, que me criaram e me ensinaram a me relacionar com as outras pessoas.”
Nem todos tiveram pais presentes e nem todos aprenderam a se relacionar de maneira educada com os demais, e a ter respeito aos mais velhos, por exemplo. Cada um é um. Nem todos os juízes já passaram por uma situação financeira de pobreza e começaram a trabalhar aos dez anos de idade, como aconteceu comigo, mas todos podem julgar casos relativos à desigualdade social do nosso país, de maneira que, à sua maneira, cada um carrega consigo uma bagagem singular, com sua própria complexidade, completude e capacidade de transcender.”
Embora sempre estejamos aprendendo mais e enriquecendo nosso rol de aptidões, pode parecer simplório o pensamento de se contentar com aquilo que se tem, em uma determinada situação. Para mim, a completude é a sensação de que, por hora, o que eu tenho me basta.
A busca por novas conquistas deve ser uma constante sim, pois o que somos capazes de ser vai além do que temos e do que somos. Essa é a nossa capacidade de transcender. Mas temos que ser gratos ao fato de estarmos vivos, nessa rotina de acumular experiências e ir, aos poucos, moldando os nossos ímpetos, em busca de uma postura mais gentil para com o universo.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A infelicidade me incomoda, não tenho vocação para ser infeliz!



Como diz o poeta Chico Buarque "todo dia ela faz tudo sempre igual"... Estes dias estive matutando como viver é um negócio estranho, analisando tive a certeza que viver é uma mesmice, uma rotina diária. Dia após dia, acordo, como, trabalho o dia todo, vou para casa, como, durmo, acordo, trabalho mais um pouco e os dias passam sem que eu perceba, segundo Ana Paulino "sem que eu perceba o tempo anda me riscando com uma navalha, sem pressa, sem raiva, apenas deixa sua marca pra me lembrar que ele passou."

E no final-de-semana, na maioria das vezes, faço a mesmíssima coisa sempre. Raramente tenho alguma atividade ou evento que diga, nossa, a muito tempo não me sentia tão bem. Ah, tem um porém, como não bebo e nem sou de farra, fico entediada com grande facilidade. O máximo de tempo que consigo ficar em algum lugar e ficar bem, sem vontade de ir embora, são duas horas. Gosto e preciso ficar em casa. Eu olho para as pessoas a minha volta e penso, que felicidade é esta, como podem estar tão felizes, assim, do nada?

Não que eu desgoste de rotina, gosto e preciso dela, para mim e segundo a Psicologia, ela é estruturante por proporcionar-nos sentimentos de estabilidade, segurança, maior facilidade de organização espaço-temporal e a libertação do sentimento de estresse que uma rotina desestruturada pode causar.

Todavia, viver é destino dos fortes em qualquer lugar, como fica patente pelo desabafo de Vladimir Maiakóvisk censurando o suicídio de seu amigo Sierguei Lessiênin: “difícil não é a morte, mas a vida e seus ofícios.”

Sábado passado acordei sem mais e nem porque com uma tristezinha no coração, sabe aquele incômodo que fica lá e que apareceu do nada, aquela angústia gratuita? Pois é, era esta a sensação. Fiquei assim o dia todo, no domingo idem, comentei com meu marido e ele disse, de vez em quando acordamos assim sem maiores explicações. Só que tem um porém, eu não gosto destas tristezinhas sem motivo quando está tudo bem a minha volta, para mim tem cheiro de ingratidão, como corrobora Johann Goethe, segundo ele, "ingratidão é uma forma de fraqueza. Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato." Já Victor Hugo acredita que somente "os infelizes são ingratos; isso faz parte da infelicidade deles."

O final-de-semana passou e cheguei a seguinte conclusão, para ser feliz de fato, nada pode me incomodar. As coisas tem que estar bem e em ordem.

Por exemplo, se minha irmã liga e diz que meu sobrinho está internado já fico preocupada, ligo todo santo dia para saber se está tudo indo bem. Se a outra irmã liga e diz que será transferida para outra cidade mais distante ainda do que ela está, já fico com uma ruga na testa...

Para eu estar bem e em paz, tudo ao meu redor precisa funcionar como uma linha de produção automobilística, que para ser considerada 100%, ela precisa ser automatizada, absolutamente limpa e quase silenciosa, onde os trabalhadores raramente fazem esforço físico.

A minha felicidade sempre esteve condicionada a algo ou alguma coisa que precisava ser resolvida, que precisava ter um fim.

Quando era criança, dizia, depois que crescer e for dona da minha vida, serei feliz, depois que tiver dinheiro, serei feliz. Quando deixar de morar com os meus avós, serei feliz. Quando tiver minha casa própria, serei feliz. Quando minha mãe se curar do câncer, serei feliz. Quando o luto pela morte da minha mãe terminar, serei feliz. O tempo foi passando e vieram outros "poréns", quando conclui a faculdade de Direito, serei feliz, quando o meu pai se curar, quando o luto pelo falecimento do meu pai passar, quando eu tiver um emprego melhor, quando eu me realizar profissionalmente, quando, quando, quando, tinha sempre uma "sine qua non."

Vivo em busca da tal felicidade plena, esta tranquilidade que aquieta a alma, o corpo e o espírito, estou em busca de soluções para as minhas incertezas e desassossegos, além de que estou sempre trabalhando para evoluir e aprender coisas novas. Porque o meu objetivo de vida é chegar aos 90 anos praticamente zen budista, este tipo de gente que consegue meditar, abraçar árvores, fazer piqueniques, destas pessoas que dizem: se a tempestade não passar eu danço na chuva e serei feliz mesmo que encharcada.

Passei por alguns momentos realmente difíceis em minha vida, assim como todo mundo, e que me abriram a cabeça, o coração, os olhos e ouvidos para o que é realmente importante e para o que merece a minha atenção e cuidado. Hoje vejo que o que me faz feliz de verdade é estar com a minha família. Também fico extremamente feliz quando viajo, quando conheço coisas novas e lugares diferentes...

Transformei esses momentos que me fazem feliz em prioridade, entretanto viver não é fácil, viver de maneira satisfatória é para os obstinados, todo dia apesar de ser aparentemente igual ao outro, é um novo dia, é um presente, e ser feliz diariamente, sem o tal bichinho da tristeza e da insatisfação te corroendo, independente do que está acontecendo a sua volta é um exercício diário.

Sei que devo valorizar a poesia da vida quotidiana, por isso esta eterna busca, como diz o poeta alemão Rainer Maria Von Rilke "se o quotidiano lhe parece pobre, não o acuse: acusa-se a si próprio de não ser muito poeta para extrair as suas riquezas."


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Homenagem ao maior amor que já senti na vida, meu sobrinho.


Sou de uma família pequena, esclareço desde já que estou falando de família de mesmo pai e mesma mãe, não que eu tenha família de outro pai ou outra mãe, somos somente 05 pessoas, minhas três irmãs, meu sobrinho e eu.

Eu moro em BH e cada uma das minhas irmãs reside em uma cidade diferente no estado do Pará, e é claro que por causa desta geografia, elas se veem com muito mais frequência do que eu as vejo.

Só conheci pessoalmente o meu sobrinho João Vítor no final do ano passado, ele já tinha 6 anos e 9 meses, mas desde que a minha irmã engravidou eu o amei, amava-o de longe, pelas fotos, pela internet.

Cheguei ao aeroporto no final do ano passado na noite de natal e lá estava ele me olhando através do vidro com a carinha mais envergonhada da face da terra. Quando eu saí da área privativa de passageiros ele imediatamente correu, me abraçou e me chamou de Tia Érika, neste exato momento é como se eu tivesse sido teletransportada para outra dimensão até então nunca visitada, nem sequer por um segundo de toda a minha existência já tinha sentido o que senti por ele, o maior e mais genuíno amor que já tinha vivido é o que tenho pelo meu esposo, que é algo que transcende todo entendimento. Mas por João Vítor, não sei explicar, meu coração veio na garganta, era tanto amor, tanto amor que eu não sei expressar em palavras.

Nunca quis ter filhos, isso não fazia parte dos meus planos até então, claro que sempre fiquei em dúvida se teria ou não filhos, como a maioria das pessoas, mas a decisão de ter filho mesmo, só veio agora, depois de 12 anos de casada, e o responsável por esta decisão é o meu sobrinho. É por causa dele e por mim que vou engravidar este ano, quero sentir este amor novamente. 

Ser tia significa que eu posso ceder a quase todas às vontades, é não resistir em dar colo, apertar e beijar muito, além de realizar todos os desejos.

Ser tia é aproveitar breves períodos de companhia e transformá-los em eternos momentos de lembranças, é ter períodos de longas ausências e assim mesmo ter uma presença constante em nossa vida.

Ser tia é amar um serzinho que não é seu, mas a quem você pertence, que é carne da sua carne, sangue do seu sangue. É acompanhar a vida de quem vive outras histórias e que faz parte da sua, é trocar fralda sem ter nojo, é conhecer amigos imaginários e passar noites em claro.

É querer sempre o melhor para ele, é passar a amar mais a sua irmã só por causa dele.

Ser tia é poder amar como uma mãe, permitir travessuras como uma avó, guardar segredos como uma irmã, agir como uma amiga, amá-lo como se fosse seu.

Resumindo, ser tia é mesmo um encanto, não tenho deveres e nem obrigações como uma mãe, mas também não tenho direitos como gostaria.

Estou aqui para acolhê-lo, tenho o infinito poder de amá-lo de longe, emanar boas energias e esperar que as suas escolhas me completem os sonhos, que os seus sonhos um dia também foram ou são os meus.

Mesmo com a distância toda que nos separa o meu amor por ele é enorme, torço para que ele sofra o mínimo possível e que seus erros sejam apenas os necessários para seu crescimento, por tudo isso, desejo que a sua luz brilhe muito e cada vez mais e ilumine esse mundão de meu DEUS.

Resumindo, amei e continuo amando ser sua tia!


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Crescer é bom?


Não me perguntem o motivo, mas eu nunca quis crescer, experimentei mais ou menos a síndrome de Peter Pan. Não tive pressa em tornar-me adulta, chegou uma fase, mais ou menos uns 12/13 anos que eu chorava de pavor de crescer. Segundo os estudos existem dois tipos de pessoas no mundo: aquelas que escolhem ser felizes e aquelas que optam por serem infelizes, e eu tinha receio de ser um adulto infeliz, pesaroso.

Entretanto o tempo voou, um belo dia acordei e vi que tudo tinha mudado, que o tempo tinha passado, que a vida estava diferente e que eu tinha crescido. É, chegou a fatídica hora de ser adulta. O que fazer então?

Comecei da seguinte maneira, tentando ser responsável, trabalhadora, dedicada, mas leve, eu sinto que sou uma pessoa divertida. Para começar sou espirituosa, tenho o "time" da comédia, não encaro as coisas do cotidiano com dureza, muito menos rancor, resumindo, sou uma pessoa leve e prática.

Hoje ouvi de uma colega de trabalho o seguinte: as pessoas estão dizendo que este ano está tão agitado, que estamos trabalhando tanto que parece que já estamos em setembro, e olha que hoje são 13 de fevereiro. Achei superesquisito, pois para mim é fevereiro e ponto, simples assim. Continuamos conversando e eu comentei com ela o que já disse aqui certa vez, fulana "porque as coisas na vida tem o peso que a gente dá". Se você diz que não dorme, cada dia que passa, dormirá menos, se fala que está cansado, dia após dia estarás cada vez mais cansado e assim por diante.

Sou conhecida como a famosa "pé de boi", para quem nunca ouviu esta expressão, é um tipo de trabalhador incansável; braçal que encara todo tipo de serviço pesado sem reclamar, se é para trabalhar eu trabalho, se é para fazer, eu faço, não sou de fazer tipo e muito menos de fazer a linha eternamente cansada e ocupada. Tudo o que existe para mim tem que ter começo, meio e fim, não sou de deixar nada para amanhã, se é para fazer, vou fazer hoje.

Em minha vida tenho tempo para fazer tudo que desejo, tudo, se não faço é porque não quero. Sempre que as pessoas me chamam e perguntam: está ocupada? Raramente digo que estou, acredito que tudo é questão de interesse, organização e métodos.

Sei que sou cheia de manias, tenho carências insolúveis, sou teimosa, por vezes colérica quando sinto-me agredida. Entretanto, não imponho a minha presença a ninguém, não imploro afeto, não sou indiscreta nas minhas relações. Logo, se sou chata, não incomodo ninguém que não queira ser incomodado, chateio somente aqueles que não me acham chata, por isso me querem por perto. Acredito sim, que, às vezes, dou trabalho, mas é como ter uma Ferrari, se você não quiser ter que pagar o preço da manutenção, mude para um Fiat Palio que é o carro que tenho e posso garantir que mantê-lo é bem mais em conta. Risos!

Sendo assim, corroboro com o que Pedro Bial disse, em minha despretensiosa opinião, não existe falta de tempo, existe sim falta de interesse, porque quando a gente quer mesmo, a madrugada vira dia, quarta-feira vira sábado e um momento vira oportunidade.


sábado, 8 de fevereiro de 2014

Tempo de viver coisas novas


Porque quando você sabe quem é, é mais fácil saber o que você quer, e basicamente, do que que você precisa. Será?

No momento que eu acredito que me conheço a vida vem e me mostra que estou redondamente enganada. É engraçado que falo que tenho princípios pelos quais a vida nunca me impôs meios de testá-los. É sempre assim, passamos por grandes dificuldades e acreditamos que sempre será a última vez, pode ser a última vez sim, porém é daquele estágio, mas não é a última vez da vida.

Continuamente procuro me autoconhecer, e no auge dos meus vinte anos eu tinha verdades tão arraigadas que acreditava ser difícil mudá-las.

Hoje, a minha índole, a minha essência, continua a mesma, a minha base e alicerce também, entretanto estou muito mais flexível, mais tranquila, mais “low profile”.

Tenho me desconhecido em um monte de circunstâncias. Por exemplo, eu sempre quis ser rica, quando digo rica, é rica mesmo minha gente, muito rica, tipo, milionária, mas a vida não quis assim. Estou no mínimo a quatro gerações de ser rica como eu gostaria, precisaria nascer mais algumas vezes pelo menos. Eu cheguei ao cúmulo de dizer ao meu pai quando criança que se passasse alguma pessoa muito rica querendo me comprar que ele poderia me vender. A louca! Fazer o quê.

Hoje conversando com uma amiga pelo celular, eu ri sozinha em seguida, neste caso me peguei dizendo a ela que não precisamos de muito dinheiro para viver não, que depois que se adquire alguns bens materiais, por exemplo, casa, carro, etc., só precisamos de dinheiro para a manutenção destes, para viajar umas duas vezes por ano e que a vida é muito mais simples do que eu imaginava.

Pensei, sou eu mesma ou será que um alienígena tomou conta do meu corpo? Será que estou com preguiça? É isso que penso muitas vezes, estou é com preguiça de lutar, de estudar, de batalhar, então é melhor falar que está tudo ótimo que daí não preciso fazer mais nada, só deixar a vida me levar.


Ato contínuo, as caraminholas não saíram da minha cabeça. Hoje foi dia de faxina aqui em casa, e quando eu começo a limpar, a arrumação é de dentro para fora, vou faxinando por fora e por dentro também vai ficando tudo organizado, e como minha faxina é demorada o que não me falta é tempo para pensar. Ainda não tenho filhos, portanto somos DEUS e eu e os meus devaneios. Amo limpar, e depois quando está tudo pronto, é como se eu estivesse com 100 quilos a menos.

Estou aqui agora tentando colocar no papel o que eu pensei depois da conversa com a minha amiga, cheguei à conclusão que estou com preguiça sim, cansada das lidas diárias também, e que definitivamente não gosto e não nasci para sofrer, para arrastar problemas, sou resolvida e gosto de tudo com pontos finais, de um jeito ou de outro, com finais bons ou ruins, eu preciso de finais, definitivamente não suporto reticências, de ponto e vírgula, quero e primo para que as coisas se resolvam, amo um ponto final, amo virar a página. Todavia realmente acredito que não preciso de mais nada para ser feliz, que o que tenho está muito bom, que de onde saí e aonde cheguei está excelente e que só tenho a agradecer.


Estou vivendo mais ou menos assim “faça o melhor, se prepare para o pior, não espere nada de ninguém, e o que vier é lucro.