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quinta-feira, 27 de março de 2014

Aos amigos de ontem, hoje, amanhã e sempre!


Amizade é o relacionamento que as pessoas têm de afeto e carinho por outra, que possuem um sentimento de lealdade, proteção, etc.. Pode existir entre homens e mulheres, irmãos, namorados, maridos, parentes, enfim, entre todos os seres vivos.

Esta pode ter diversas origens, como o meio em que as pessoas convivem, por exemplo, o trabalho, o colégio, a faculdade, amigos em comum, mas também pode surgir por acaso.

Quero celebrar por meio deste post, que em minha singela opinião, depois do amor materno, é o mais nobre dos sentimentos, a amizade.

Passei o dia pensando que é bom ter amigos, eles nos enchem de carinho, atenção, zelo, cuidado, aconchego, boas energias e vibrações. E o que estou sentindo neste exato momento é SAUDADES!

No decorrer de nossas vidas os amigos vão ficando pelo caminho, aqui em casa temos dois extremos, meu marido é nascido e criado em BH, tem amizades, praticamente, desde o berçário e que estão com ele há mais de 40 anos, já eu não, nasci em um lugar, passei a infância em outro e juventude/vida adulta em uma localidade completamente diferente.

O interessante e o que eu prezo muito na vida do meu esposo é que os amigos dele estão ao alcance das mãos, todos no mesmo espaço geográfico, se quiser reuni-los, de certo modo, é fácil.

E os meus? Ah, os meus, os meus estão espalhados, cada um em um canto, e por várias vezes já tive vontade de revê-los, juntá-los em uma única festa para nos abraçarmos, confraternizarmos, brindarmos, contarmos histórias, rirmos e chorarmos juntos.


Ultimamente, tenho dito, que faço a linha rei Roberto Carlos, “eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte, poder cantar...” tenho inúmeros melhores amigos, sim, inúmeros, tenho os melhores amigos de infância, melhores amigos do colégio, da primeira e segunda faculdades, das pós-graduações, de todos os trabalhos, lugares e cidades por onde passei e morei, e quanto mais o tempo passa, mais saudades eu tenho destas pessoas que um dia se fizeram presentes em minha vida, por um breve ou longo período.

Permitam-me agora, dar um exemplo singelo, hoje me arrumei toda para ir trabalhar, e isso não é a praxe, bem da verdade, tem dias que adoraria ir de chinelo de dedo, porém, hoje, em particular, estava toda trabalhada no salto alto e maquiagem, fazendo a linha fina e diva, chegando à empresa já tenho os queridos que eu desejo que me vejam, pois sei que vão me elogiar, posto isto, vou direto neles e não tem outra, nos elogiamos, nos acarinhamos, nos afagamos, festejamos, e isso não tem preço. Por causa destes minutinhos que me permito brincar, o meu humor, astral e dia melhoram significativamente e espero que a recíproca seja verdadeira.

Mais uma vez, citando o rei, sabe o que eu desejo para a minha vida, “eu quero amor decidindo a vida, sentir a força da mão amiga, o meu irmão com um sorriso aberto, se ele chorar quero estar por perto. Quero levar o meu canto amigo a qualquer amigo que precisar.”

segunda-feira, 24 de março de 2014

Privacidade, que "bicho" é este?


O fax e a internet, em minha opinião, são a invenções mais sensacionais dos últimos tempos. Sem dúvida alguma, quando pensaram em criar uma rede de computadores conectados entre si, não cogitou-se que isso transformaria e redefiniria comportamentos ao longo das gerações. Em seu livro “A Galáxia da Internet”, o espanhol Manuel Castells, afirma que o nascimento da web pode ser comparado ao surgimento da energia elétrica.

Há muito tempo que o mundo caminha em uma direção sem volta, certas atitudes e comportamentos conquistados são irrenunciáveis, obviamente, e outros poderiam ser revisitados, como algumas regrinhas simples de convivência e etiquetas: oi, por favor, bom-dia, boa-tarde, boa-noite, tchau, com licença, posso te ajudar?, dentre outras.

Entretanto, certas atitudes tem me deixado de “cabelo em pé”, uma delas é a enorme exposição de tudo e todos na mídia, redes sociais, etc., estes tornaram-se verdadeiros diários eletrônicos, antigamente os mesmos eram trancados à chave, hoje são abertos ao público.

Dia desses visitando minha página no facebook me deparei com a seguinte frase de um colega: “fui levar meu cachorro para passear”. Fiquei pensando, qual a necessidade da pessoa escrever isso, eu sei, a rede social é dele e ele publica o que desejar, porém, analisemos os perigos inerentes nesta singela frase perante o mundo em que vivemos. Se esta pessoa reside sozinha, todos ficarão sabendo que a casa dela está só por um período e poderá ser alvo de bandidos. Este é somente um exemplo banal, todavia já vi muitos telefones e endereços sendo publicados, assim como, já acompanhei em tempo real a viagem de muitos, a ginástica de outros, o almoço de X, a consulta ao médico de Y, e o pior, em horário de trabalho.

Neste exato momento estou envolvidíssima com uma série chamada “Scandal”, depois que assisti a mesma, perdi completamente a fé na humanidade, sério, não dá mais para acreditar em nada e nem em ninguém, exageros a parte, estou com medo.

Não temos mais privacidade no mundo, nenhuma conversa, nenhum assunto, muito menos troca de e-mails e telefonemas, por mais que você esteja em sua residência, trancada em seu quarto, é de fato confidencial, tudo é filmado, gravado, decodificado. Diante disso, pergunto, privacidade, que "bicho" é este? Estamos vivendo em um verdadeiro big brother.

Ir à padaria, por exemplo, que é um ato corriqueiro e banal, se, fatalmente, ocorrer qualquer acidente, por mais simples que seja, certamente, alguém filmará, gravará e dois minutos depois estará na rede mundial de computadores, e aí, meus amigos, não temos mais controle. Presenciei este fato sábado passado, ocorreu na rua de casa um acidente entre dois veículos, um deles somente parou dentro da padaria. Logo, posicionaram-se inúmeros transeuntes em volta e, prontamente, começaram a fotografar e filmar, o que poderia ter sido resolvido em 01 hora, demorou toda uma tarde.

Atualmente, o controle sobre o que é de fato foro íntimo foi deixado de lado, e por um breve momento, as pessoas perderam seu encantamento, pois está tudo tão escancarado.

Interessante notar também que alguns que se denominam discretos na vida cotidiana, e de fato são, assumem outro comportamento e personalidade no mundo virtual, neste mundo, podemos acompanhar suas vidas, amores e desamores, sabores e dissabores, em tempo real, sabemos com que roupa foram malhar, trabalhar, o meio de transporte utilizado, o que almoçaram e com quem, a cor do cabelo, batom, esmalte, o mais novo sapato adquirido, se estão de bom humor ou não.




Ou seja, a vida é revelada em detalhes, tanto que foi mote de uma reportagem no Fantástico na Rede Globo, assim como no Portal G1 “10 cuidados ao postar fotos da 'festa da firma' nas redes sociais".

Como tudo na vida tem ônus e bônus, vamos aos bônus, é maravilhoso encontrar amigos de infância e voltar a ter contato como se o tempo não tivesse passado. Seguir a vida dos seus familiares que residem distante, ver fotos de nascimento, batizado, aniversário, enfim, fazer parte, fazer-se “íntimo” mesmo que de longe. Denunciar irregularidades, organizar campanhas, arrecadar doações, encontrar desaparecidos, dentre outros objetivos tão nobres quanto.

À vista disso, apliquemos na internet a máxima utilizada no mundo da moda, onde o menos é mais, pois cautela e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém.


sábado, 22 de março de 2014

Na vida, sinto muito, só o trabalho árduo e diário não adianta, é preciso ter sorte!




Desde que o mundo é mundo, o ser humano definiu-se em grupos, castas, hordas, bandos, etc.. E cada um destes grupos tem sua identidade, sua cultura, e depois que o ser é rotulado, etiquetado, que pertence a um determinado setor, digamos assim, da sociedade, é quase impossível livrá-lo do rótulo, para isso é preciso ser e ter resiliência, autocontrole, para conseguir transitar entre uma esfera e outra da sociedade com classe, sabendo bem em qual hora e local aquele tipo de personagem deve entrar em cena e atuar.

Por que gostamos e necessitamos de marcas, de etiquetas, de rótulos? Certo dia vi uma colega de facebook postando o carrinho de compras dela no supermercado em pleno sábado à noite, o mote do post era, "vejam o que uma moça solteira, bem nascida e criada, está fazendo em pleno sábado à noite", logo abaixo vieram os comentários e um deles me chamou atenção, "ela é igual a minha mãe, não compra nada de marca." Afinal de contas, que marca é esta?


Ano passado aqui em BH saiu uma reportagem sobre uma boate, casa de festas, ou qualquer coisa do gênero, chamada "Secreto" e a reportagem deixava claríssimo o tipo de público que frequentava o local, a chamada classe AAA, quanto gastavam, o tipo de comportamento que os mesmos tinham, em que carro chegavam, qual o tipo de roupa vestiam, etc., estas futilidades, mas que leio também. Entretanto a reportagem era taxativa, eu, simples mortal, que estava lendo a matéria, não adiantava me dirigir até o espaço para conhecê-lo, porque se o meu nome não estivesse na lista de convidados, na tal lista VIP, não entraria - se desejarem passar os olhos na reportagem o título é este "Na Secreto, festa mais exclusiva da cidade, só entra quem tem nome na lista", joguem no Google, pois se não está no lá, não existe, o mesmo é o novo oráculo do mundo moderno.

Notem a discrepância, o espaço é público, é um negócio, o objetivo de quase todo negócio é ter lucro, mas que eu, euzinha, que pago todos os meus impostos em dia, não sou bem-vinda a esta tal casa. Esclareço de imediato, porque para quem sabe ler um pingo é letra, que mesmo não sendo bem-vinda, se a Secreto me convidar eu vou, quero conhecer por dentro a festa e depois conto aqui para vocês. Estou quase como uma repórter destes programas de fofoca. Adoroooooo!

Que necessidade é esta que o mundo impôs que a cada hora do dia ou da noite precisamos estar em um papel diferente, agir assim ou assado, fazer caras e bocas, e que não podemos ser de fato do jeito que somos, necessitamos o tempo todo estar representando, “estar pisando em ovos”, como se o que sou não se encaixasse em certos cenários? Exemplo, para algumas coisas você serve e faz com primor, para outras não, por isso não crescerá na vida, não será promovido, está fadado a fazer o que sempre fez.

Sinto muito, mas certas atitudes deste mundo moderno não nos é compreensível com uma análise puramente fria e simples. A vida é um jogo, e o mesmo precisa ser equacionado, as peças somos nós, e estamos na vida e no jogo para sermos aproveitados, adaptados, bonificados, protegidos, melhorados, manejados... Estudamos, temos a titulação necessária, nos esforçamos, seguimos à risca e há anos o script, sabemos fazer e fazemos bem o trabalho prescrito, posto isto, a ordem natural seria simplesmente pegar a peça e encaixá-la em seu devido lugar, quando necessário.

Ledo engano, meus nobres colegas, a vida é uma caixinha de surpresas, e nela nada é tão simples assim, para a maioria, 95% da população, o buraco é bem mais embaixo.

Ou seja, mesmo na batalha, na luta árdua do dia-a-dia, faz-se necessário e é preciso ter sorte quando se está em guerra.

E quando digo aqui, sorte, é sorte mesmo, no sentido literal da palavra, é estar no lugar certo, na hora certa.

Sorte é um substantivo que pode significar destino, fado, ou um acontecimento casual, que pode ser bom ou mau. A palavra sorte pode ter significados diferentes, usados em diversos contextos.

No âmbito da filosofia é algo que resulta da casualidade, sendo a expressão de um fenômeno que não é possível prever ou explicar. O conceito de sorte ignora qualquer tipo de justificação racional, e alguns autores a diferenciam do destino, afirmando que o destino também não pode explicar a sorte.

Diante disso tudo, boa sorte à todos e que DEUS os abençoe hoje e sempre!

P.S. Já que é para ter alguma marca, a que eu quero e preciso ter é a marca do sangue de Jesus Cristo sobre a minha vida! #prontofalei


quarta-feira, 19 de março de 2014

O que é essa tal felicidade?



“Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora
A minha casa fica lá de traz do mundo
Onde eu vou em um segundo quando começo a cantar
O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar...”

Desde criança amo meditar na letra desta canção, Felicidade de Lupicínio Rodrigues, a mesma foi escrita em 1947, e fez com que o autor tivesse projeção nacional.

Felicidade é o mote deste texto, foi solicitado por uma querida amiga hoje, a mesma foi questionada pelo filhinho de quase 03 anos, logo pela manhã, quando os neurônios dela ainda nem estavam funcionado em pleno vapor, a caminho da escolinha, eis que do nada surge a pérola, “mamãe, o que é felicidade?”

Analisando cada verso acima, no meu fantástico mundo de Bob, pensava quando menina, por que é que a felicidade foi se embora? E ainda, como chegar até a minha casa que fica lá de traz do mundo? E o que eu mais amava, o pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar...

Meus amigos, deitava no quintal, chão de terra batido, que minha mãe nos fazia varrê-lo todo dia, debaixo de um pé de mangueira enorme e ficava olhando o céu azul e límpido do Pará, com apenas algumas nuvens esparsas e imaginava como é bom poder voar!

Porém, vamos ao que interessa, o que é essa tal felicidade? Segundo o site significados.com.br Felicidade é o estado de quem é feliz, uma sensação de bem estar e contentamento, que pode ocorrer por diversos motivos. A felicidade é um momento durável de satisfação, onde o indivíduo se sente plenamente feliz e realizado, um momento onde não há nenhum tipo de sofrimento.



Hum, como explicar isso para uma criança? Arnaldo Antunes diz que “crianças gostam de fazer perguntas sobre tudo. Mas nem todas as respostas cabem num adulto.”

Como eu explicaria para o meu filho o que é felicidade?

É acordar todos os dias com saúde, olhar para ele e saber que o mesmo é a extensão de mim, carne da minha carne e que apesar de ser um ser humano completamente independente depende de mim para se tornar gente e gente de qualidade, ou seja, tenho que ser cada dia melhor, pois sou exemplo, e um exemplo, vale mais que mil palavras.

É saber que todo dia é um novo dia e que precisamos fazer desse presente o melhor possível, pois o dia de amanhã a Deus pertence.

É ter comida quentinha e gostosa na mesa, ir para a escola, ter uma cama cheirosa e macia, ter brinquedos, encontrar com os amigos, ter irmãos, primos, tios, avós, bichos de estimação.

Ah, tomar banho de chuva, soltar barquinho de papel na enxurrada, imaginar que todos os seus brinquedos viram gente à noite quando você vai dormir. Brincar de pique-esconde, de vídeo-game...

Lembrei de outra coisa que para mim era sinônimo de felicidade, em pleno domingo, eu andando de bicicleta no quintal de casa e ouvindo o chiado da panela de pressão no fogão a lenha da minha querida mãe.

Deitar com as galinhas, pois eu amo galinha, embaixo da casa, sim meus amigos, embaixo da casa, varríamos até sob a casa, a areia era tão friinha, que delícia, e ficar brincando com os bichos.

É o agora, estou deitada em minha cama com o notebook sobre o colo, tomando um ventinho no rosto e escrevendo este texto, tentando imaginar a carinha do filhinho da Michele.

Tomar banho frio no verão, ou morno, se preferirem, sentar no chão do banheiro e deixar a água cair sobre você, existe coisa melhor? Fazer escultura de sabão no cabelo, tomar banho com o irmão, banho de cachoeira, comer chocolate até a barriga doer, se lambuzar de sorvete, comer batata frita...

Ou seja, não quero ter razão, quero ser feliz! Amanda Emília, brilhantemente concluiu que “não quer ser feliz por muito tempo, só quer ser feliz até o momento que o seu coração parar de bater.”

Já, Clarice Falcão, cantando, nos faz refletir:

O que você faz pra ser feliz?
O que faz você feliz?
Você feliz o quê que faz?
Você faz o que te faz feliz?
O que faz você feliz você que faz.
Longe perto, dentro, tanto faz.
Quem quer felicidade corre atrás.
E, às vezes, ela está debaixo do nariz.
O que você faz pra ser feliz?
Pra ser feliz..
Pra ser feliz...
O que você faz pra ser feliz?


Curiosidade

O Dia Internacional da Felicidade é comemorado dia 20 de Março e foi comemorado pela primeira vez em 2013. Este dia visa promover a felicidade das pessoas e mostrar como este fato é fundamental para o bem estar das nações.

Origem do dia

A criação do Dia Internacional da Felicidade surge por sugestão do Butão, um pequeno reino budista localizado nos Himalaias que adota como estatística oficial a "Felicidade Nacional Bruta" em vez do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2012, a proposta foi aprovada por unanimidade pelos 193 estados-membros da ONU (Organização das Nações Unidas), defendendo que a busca pela felicidade é um objetivo humano fundamental.

Importância da Felicidade

Todas as pessoas procuram a felicidade. Os psicólogos salientam a importância da felicidade na vida das pessoas e a necessidade destas se conhecerem a si mesmas para conseguirem alcançar o bem estar desejado. Assim, a felicidade relaciona-se não só com a personalidade, mas também com a disposição e a forma de estar das pessoas. Da mesma forma, alguns governos encaram a felicidade da população como um indicador econômico.

Felicidade em Portugal

Estudos revelam que Portugal é um dos países mais infelizes da Europa.

domingo, 16 de março de 2014

O que você gostaria de ser se pudesse escolher?




Quando minha irmã me mostrou esta tirinha da Mafalda, logo lembrei da minha mãe, pelas histórias que nos contava, desde que nasceu ela não teve muitas escolhas, foi seguindo o curso que a vida lhe impôs, sempre trabalhou, incansavelmente, e quando estava com todas as filhas criadas, quando nós podíamos dar um pouco de conforto à ela, a mesma foi ceifada da vida terrena aos 54 anos. Até hoje não consigo entender o porquê, mas pela fé, sei que DEUS sempre faz o melhor e que tudo sempre coopera para o nosso bem, dizer isso é reconfortante para mim, por isso vocês continuamente me ouvirão dizer, tudo, tudo, tudo coopera para o bem daqueles que amam e creem em DEUS.

Logo, qual vida minha mãe gostaria de ter vivido se ela tivesse tido a oportunidade de escolher? Não sei responder, mesmo porque cada uma das filhas tem uma opinião e cada uma de nós se formos descrever a mãe que tivemos, são quatro mães diferentes. O que posso dizer sem pestanejar é que desde que me entendo por gente ela nunca teve a oportunidade de escolher nada, simplesmente foi vivendo e trabalhando e se mantendo em pé aos trancos e barrancos.

E eu, vivo a vida que escolhi? Posso dizer que sim, a vida que vivo hoje foi trilhada aos poucos, de forma árdua e ao longo de minha existência, como dizem os mais antigos, na base do sangue, suor e lágrimas. Algumas coisas escolhi, outras me foram impostas e outrem a vida foi se incumbindo de fazer os devidos encaixes, os devidos atalhos e desvios e fui me adaptando à eles, querendo ou não.

Todavia, o que eu gostaria de ser se eu pudesse escolher? Sinceramente, já pensei muito sobre isso e ainda não cheguei a uma conclusão, quem sabe uma bailarina, cantora, executiva de uma multinacional, mãe, jornalista, esposa, professora, dona-de-casa, dentista? De fato, não sei responder, pois uma escolha é o prenúncio de renúncias.

Quando se escolhe algo, renuncia-se à tudo que esta ao redor, e muitas vezes é um caminho sem volta, ou seja a sua vida é o resultado de suas escolhas.

Independente de qual seja a situação que te faça escolher entre uma e outra, escolha o que te realiza como pessoa (hum, difícil), como ser humano (abafa, dificílimo também), como cidadão (será?), como profissional (estou mais para a música deixa a vida me levar), sempre baseados em seus valores (Jesus, quase impossível colocar em prática isso que estou escrevendo). Se as escolhas do passado, determinaram quem você é hoje, tenha certeza que, as escolhas de agora, determinará quem você será no futuro. Faça escolhas baseadas na sua vocação (muitas vezes não é possível, fazemos o que aparece e assim vamos vivendo e caminhando), no que te realiza (até hoje não sei o que me realiza). Não somente pelas circunstâncias, pela emoção, pelo sentimento de raiva, para que não tenha consequências negativas, de dor, rejeição, culpa, medo, decepção. Lembre-se, a vida é feita de escolhas, nossas escolhas de hoje, farão toda diferença amanhã!

O mineiro, educador e filósofo da cidade de  Passa Quatro Regis de Morais ensina-nos que devemos viver sim com um projeto de futuro, com nítida consciência de que no futuro habitam todas as possibilidades, mas sabendo, como o remador, que para chegar ao destino o que importa é remar bem agora. O peso específico do momento presente.

Disto isto, encerro com um ensinamento de Buda, "o segredo da saúde mental e corporal, está em não se lamentar pelo passado, não se preocupar com o futuro, nem se adiantar aos problemas, mas viver sábia e seriamente o presente."

P.S. Pensando melhor, nasci para ser herdeira.


sexta-feira, 14 de março de 2014

Chorar faz bem?


Sou de riso fácil e largo, raramente choro, porém quando resolvo chorar, abro a torneira da alma e entorno tudo de uma vez só. Ninguém entende, devem pensar, mulher desequilibrada, coisinha pouca, bobagem e ela neste dramalhão todo.

De forma alguma perco a oportunidade, rapidamente abro meu arquivo de memórias, mágoas, dores, frustrações, decepções e, choro, choro tudo que tenho para chorar. Depois lavo o rosto, ergo a cabeça e continuo a vida, porque viver meu povo é luta renhida.

O choro pode ter vários significados: alegria ou dor, vitória ou derrota, heroísmo ou fraqueza. Tudo depende da cultura, da época e do sexo de quem derrama as lágrimas. De todos os animais que existem no mundo, apenas os humanos conseguem produzir lágrimas emocionais e chorar mesmo quando já são adultos.

O choro acompanha o ser humano desde o nascimento até a morte. No livro bíblico de Eclesiastes está escrito "há tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar."


Algumas vezes somos obrigados a chorar, o choro no recém-nascido, por exemplo, o bebê chora ao nascer para abrir os pulmões e expulsar o líquido que estava dentro deles, trocando-o por oxigênio. Isso ocorre porque ele fica imerso no líquido amniótico (que tem a função de protegê-lo). O choro é espontâneo. Choramos também quando perdemos algum ente querido, choramos e choramos com veemência. Portanto, nascimento e morte tem como fundo musical o choro.

"As lágrimas provocadas pela emoção removem elementos acumulados nas horas de estresse. Elas, literalmente, põem tudo para fora", diz o neurocientista Willian Frey, da Universidade de Minnesotta, nos Estados Unidos, autor de um estudo que revela como funciona essa ação calmante. Fisgado pelos sentimentos, o cérebro fabrica certos neurotransmissores. Esses compostos passam de um neurônio para outro avisando que as glândulas lacrimais precisam ser contraídas e desta maneira o choro começa.

Digo sem receio que chorar faz bem e não tem contra-indicação. Afinal de contas, se os olhos são mesmo a janela da alma, nada melhor do que lavá-las de vez em quando.

Marta Medeiros certa vez disse: "comecei a ficar mais atenta às verdadeiras razões dos meus choros, que, aliás, costumam ser raros. Já aconteceu de eu quase chorar por ter tropeçado na rua, por uma coisa à-toa. É que, dependendo da dor que você traz dentro, dá mesmo vontade de aproveitar a ocasião para sentar no fio da calçada e chorar como se tivéssemos sofrido uma fratura exposta. Qualquer coisa pode servir de motivo.

Chorar porque fomos multados, porque a empregada não veio, porque o zíper arrebentou bem na hora de sairmos pra festa. Que festa, cara-pálida? Por dentro, estamos em pleno velório de nós mesmos, chorando nossa miséria existencial, isso sim. Não pretendo soar melodramática, mas é que tem dias em que a gente inventa de se investigar, de lembrar dos sonhos da adolescência, de questionar nossas escolhas, e descobre que muita coisa deu certo, e outras não.

Eu sorrio muito mais do que choro, razões não me faltam para ser alegre, mas chorar faz bem, dizem.

Eu não gosto. Meu rosto fica inchado e o alívio prometido não vem. Em público, então, sinto a maior vergonha, é como se estivesse sendo pega em flagrante delito. O delito de estar emocionada. Mas emocionar-se não é uma felicidade? Neste admirável mundo de contradições em que a gente vive, podemos até não gostar de chorar, mas trata-se apenas da nossa humanidade se manifestando... Sendo assim, sou obrigada a reconhecer: chorar faz bem, não importa o álibi. É sempre a dor do crescimento."

Mas, afinal, chorar faz bem mesmo? "Certamente faz", diz o psicólogo transpessoal Roberto Ziemer, de São Paulo. "Diversos problemas psicossomáticos e também episódios de depressão têm sua origem na repressão do choro. As lágrimas ajudam a pessoa não só a expressar suas necessidades, mas também a preenchê-las."

A revista Superinteressante em uma de suas matérias noticia que chorar funciona como uma descarga física e emocional. O filósofo romano Sêneca já tinha escrito: "As lágrimas aliviam a alma." E um antigo provérbio hindu afirma que chorar faz bem para a aparência (depois que o inchaço dos olhos passar, obviamente). Ou seja, chorar traz benefícios para o corpo, para a alma e para o humor.


Canção do Tamoio
Antônio Gonçalves Dias

Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos,
Só pode exaltar.

A escrita me trouxe consolo!


Comecei a escrever sem uma intenção prévia, no início não sabia bem como fazer, por onde começar e sobre o quê escrever, apesar de todas as dúvidas, ter este blog, tem me feito um bem enorme, tenho escrito quase que diariamente e cada vez mais me sinto estimulada, desafiada, pois a escrita, o ato de escrever, me trouxe consolo.

Todavia, será que a minha escrita também trouxe consolo às demais pessoas? Não sei. Só sei que se não escrevo nada de bom, simplesmente deleto, porque primeiro escrevo para mim, a minha primeira leitora sou eu mesma, antes de publicar leio 04 ou 05 vezes e depois da publicação já feita, releio e reescrevo também, o interessante é que desenvolvi o gosto pela escrita e em todos os casos, se ninguém puder ler, pelo menos eu me senti tão seduzida que muitas vezes não consigo expressar em palavras, é como se fosse sendo esvaziada por dentro, como se tudo fosse se ajustando e cada coisa fosse sendo colocada em seu devido lugar, é uma válvula de escape.

E a pergunta que não quer calar, sobre o que escrevo, como acontece o insight? Então, escrevo sobre qualquer assunto, sobre a minha vida, o que penso, sobre o que me acalma, sobre o que me entristece, sobre uma lembrança, um pensamento, um lugar, uma época, também escrevo por encomenda.

Acontece uma faxina mental e corporal, por várias vezes acordo no meio da madrugada e fico pensando em algum assunto específico e ele pode ou não transformar-se em um texto, ocorre também quando vejo algum filme, TV ou em conversas triviais do dia-a-dia, este texto surgiu por causa do filme "O Grande Gatsby."

Corroboro a minha fala acima com o que diz Gabriella Beth Invitti, "escrevo tudo o que existe dentro de mim: pensamentos, vontades e sentimentos - talvez seja demais para as outras pessoas. Escrevo nos momentos mais frustrantes, nos momentos de maior inspiração, escrevo porque preciso. Escrevo porque escrever é minha terapia."

Resumindo, o meu ponto de partida é sempre uma impressão, qualquer que seja ela, um senso de justiça e/ou injustiça, um gosto e/ou desgosto. Quando sento para escrever já tenho mais ou menos definido sobre o que escreverei e desta forma as palavras surgem. Escrevo porque a minha inquietude inicial é ser ouvida.

Nessa toada Clarice Lispector, a quem tanto admiro, diz que "escreve porque encontra nisso um prazer que não consegue traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando... Escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada. Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...

Ato contínuo, "quando não estou escrevendo, eu simplesmente não sei como se escreve. E se não soasse infantil e falsa a pergunta das mais sinceras, eu escolheria um amigo escritor e lhe perguntaria: como é que se escreve? Que é que se diz? E como dizer? E como é que se começa? E que é que se faz com o papel em branco nos defrontando tranquilo? Sei que a resposta, por mais que intrigue, é única: escrevendo, aprende-se escrever, escrevendo. Sou a pessoa que mais se surpreende em escrever. E ainda não me habituei a que me chamem de escritora. Porque, fora das horas em que escrevo, não sei absolutamente escrever. Será que escrever não é um ofício? Não há aprendizagem, então? O que é? Só me considerarei escritora no dia em que eu disser: sei como se escreve.”

Bom, é isso, "escrever para mim é gritar em silêncio para o mundo, aquilo que sou por dentro", já dizia Artemisa Ferreira - Poetisa de Cabo Verde.


quarta-feira, 12 de março de 2014

A banalização da palavra amigo!


Costumamos dizer que amigos de verdade são os que estão ao seu lado em momentos difíceis... Mas não! Amigos verdadeiros são os que suportam a tua felicidade! Porque em um momento difícil qualquer um se aproxima de você. Mas o seu inimigo jamais suportaria a sua felicidade! Padre Fábio de Mello

Segundo o dicionário amigo é o nome que se dá a um indivíduo que mantém um relacionamento de afeto, consideração e respeito por outra pessoa. O amigo é aquele que possui uma grande afeição por uma ou mais pessoas, que é leal, que protege e faz o possível para ajudar sempre.

Para denominar uma pessoa de amigo, não necessariamente os indivíduos precisam se conhecer há muito tempo, muitas amizades começam repentinamente e ganham importância por diversos motivos. Amigo é aquela pessoa que se confia acima de qualquer coisa, que está sempre disposto a ajudar, seja em situações boas ou ruins.

A figura do amigo é tão importante, que criaram um dia próprio para ele. O dia do amigo é comemorado em 20 de julho. A data foi criada por um argentino, a partir da chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969. O argentinou resolveu enviar cartas para diversos países para instituir o Dia do Amigo, pois acreditava que a chegada à lua era um significado de que os homens deveriam se unir.

Na Bíblia Sagrada, o vocábulo amigo é muito citado, no livro de Provérbios, em um de seus versículos, lemos que "há amigo mais chegado do que um irmão." Somente no velho testamento a expressão amigo é citada 388 vezes e no novo testamento 148 vezes, dando um total de 536 citações.


Quando eu criei as minhas contas em redes sociais, tenho um pouco de tudo, Orkut, Facebook, Twitter, Pinterest, etc., o que mais me incomodava era a necessidade de aparecer de alguns, em minha modesta opinião todos estavam sempre bem, extremamente felizes, de alto astral.

Conclui que a infeliz, sem amigo e sem vida social só podia ser eu, o problema era "myself", eu é que não tinha nada interessante para postar ou que vivia em um mundo paralelo, cheguei a cogitar a possibilidade de me mudar para dentro do Facebook, afinal, já que aqui todo mundo é do bem, amam os animais, odeiam os falsos e hipócritas, todos são amigos, honestos, éticos, abominam corrupção, são revolucionários, fiéis, preferem namorar do que sair para as baladas, possuem uma família exemplar e unida, somente vivem momentos felizes e gostam das pessoas pelo caráter, hombridade, honestidade e inteligência... concluí, isto é um verdadeiro mundo de Alice, sendo assim, é para lá que eu vou.

Alguns perfis são abarrotados de pessoas denominadas “amigos”, pedidos e mais pedidos para serem adicionados. “Fulano começou amizade com beltrano”... diz a atualização da rede a cada amigo adicionado.

Ah, e tem algumas pessoas que você mal vê 01 vez ao ano ou viu uma vez na vida, mas por “status” é bom tê-lo como seu "amigo". Já por demasiado cansada de tudo isso acima exposto, comecei a postar tudo com "status" público, as pessoas no meu perfil não me veem comendo, malhando, suando, pulando, com minha família, esse tipo de coisa posto raramente e há tempo determinado para ficar no ar, quem viu, viu, quem não viu não verá mais, pois vou lá e excluo no máximo em 10 dias a publicação, o que pode ter de interessante em mim, nada.

A depreciação do termo amigo está generalizada, o mesmo serve para substituir o nome de batismo do ser humano a quem se dirige, agora todos a nossa volta são chamados de "amigo", amiga", "miga", esse tal de "miga", "amiga", não me convence, por vezes me passa superficialidade.

Outra coisa que me preocupa em tempos de criminalidade e confesso, me dá uma certa antipatiazinha, é o tal do “check-in”, porque cargas d'água me interessa saber que cicrano está no aeroporto, na cidade tal, no lugar W, ou no restaurante X, Y ou Z, e ainda mais, o que comeu no almoço, por exemplo. Já vi uma discussão de uma casal em um restaurante que a moça queria postar a foto da pizza que acabara de chegar à mesa e o rapaz não queria de jeito nenhum que a mesma fosse postada, o que era para ser um passeio, um momento de descontração, de namoro, companheirismo, transformou-se em uma briga, eles literalmente discutiram na frente de todos e pelo que pude notar a foto não foi postada.

Ou seja, comecei a aceitar qualquer pessoa que me convidasse, não sou muito de ter restrições a isso. No meu perfil não existe nenhuma informação pessoal, nada que me comprometa, por exemplo.


Porque estou tecendo este rosário e vocês devem está pensando, se não gosta, exclui a conta, pois a rede social é minha, e lá eu posto o que eu quiser. Vocês estão certíssimos, estou simplesmente divagando, como faço aqui neste espaço, a função deste blog é esta.

Diante disso tudo exposto passei a deliberar o quanto o sentido de palavras como “amizade” e “amigo” mudou, atualmente elas tem outra conotação! À primeira vista, para os mais desavisados, ao se deparar diante de algumas páginas em uma rede social tem-se a falsa impressão de um mundo formidável, esplendoro, magnífico!

Bia Carvalho profere em seu texto “Amigo?” o seguinte: “Preocupo-me muito com a banalização da palavra "amigo", assim como outras palavras e expressões que são usadas de modo tão frequente, as mesmas estão perdendo seu valor semântico, sendo conduzidas a um lugar comum. O que podemos refletir sobre isso? Quem são, de fato, os verdadeiros amigos e porque os consideramos amigos? Não basta estarmos em sintonia e emocionalmente envolvidos para termos como amigos todos aqueles que estão em convívio diretamente conosco.

Amigo que é amigo não necessariamente precisa estar junto de nós o tempo todo. Amigo pra valer fica do nosso lado, é cúmplice de nossas ações e partilha de nossas alegrias, mas, também, nos mostra o caminho quando estamos perdidos e desorientados, guiando-nos para uma direção certa que nos levará à felicidade, mesmo que fique irritado, xingue, reclame e brigue muito conosco. Mario Quintana define a amizade como sendo um amor que nunca morre. Já Aristóteles radicalizou, segundo ele "ter muitos amigos é não ter nenhum."

 

Todavia, Ana Helena Tavares corrobora que, nesse sentido, “uma “amizade profunda”, por exemplo, é coisa inviável e o motivo é bem simples. A amizade não comporta adjetivos de intensidade, ou é amizade ou não é. É igualmente injusto chamar alguém de “melhor amigo”. Não creio que alguém que viva mais de 20 anos tenha um só amigo ao longo da vida e, se teve dois ou mais, estou certa de que cada um teve seu papel indispensável em momentos específicos. A questão é que intensidade é coisa momentânea, já o sentimento do querer bem um ao outro, quando verdadeiro, é o que permanece. E ela continua, compartilhar alegria é arte para poucos. Se a alegria for de todos, ótimo, chopp é o que não faltará para comemorá-la. Mas e se for de um só? É claro que uma amizade para se dizer amizade tem que misturar riso e lágrima, mas é muito mais fácil dar o ombro para que o outro chore do que alegrar-se com as vitórias alheias. Tragédia causa pena e esta tem a capacidade de causar comoção até em desconhecidos, é ou não é verdade? Mas os triunfos alheios, ah, os triunfos alheios… Esses são a causa da tão maléfica inveja humana e com esses só se alegram os verdadeiros amigos. Disso não me resta dúvidas.

domingo, 9 de março de 2014

Penso, penso, penso, não paro de pensar!


"Penso, penso, penso, não paro de pensar. Mas quando penso, me arrependo, e me arrependendo não erro mais." Arally Pontes - Será?

As coisas acontecem do jeito que acontecem e na maioria das vezes estão certas assim, é aquele famoso ditado que diz: Deus escreve certo por linhas tortas. Normalmente as pessoas dizem que não se arrependem de nada do que fez ou fizeram, eu não, me arrependo de quase tudo, desde que nasci, se pudesse reescreveria minha história novamente. Digo isso, porque de vez em quando passa pela minha cabeça "ah, poderia ter sido diferente..."

Existe um ditado que diz: "há quatro coisas que não voltam atrás: a pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida e o tempo passado."

Logo, o que eu faria diferente? Comecemos. Teria sido mais estudiosa, lido mais, estudado mais, aprendido Inglês, por exemplo, todas às vezes, já depois de adulta que comecei a estudar Inglês, eu largava para lá, quando começava a ficar difícil, eu abria mão. Eu não gosto de nada difícil demais, mas segundo o meu marido, eu só escolho o que é difícil, diz ele que não gosto de nada fácil. Vai entender!

Outra coisa, teria sido menos nervosa, menos estopim curto, teria brigado menos, batido menos boca, não teria roído as unhas, uma vida inteira roí unha, lembro de mim com 05 anos no pré-primário sendo chamada atenção pela professora porque estava com a mão na boca.

Teria feito o estágio na Vale, não é estágio, era treinamento para menor aprendiz, não me recordo direito, que minha Tia Rosa tanto queria, mas não quis, perdi o dia da prova, daí ela conseguiu outro dia para eu fazer, fui lá e fiz a prova de qualquer jeito, não estudei, portanto, não passei e perdi esta oportunidade.

Teria namorado mais, comecei a namorar muito tarde, muitos medos e baixa auto-estima, cheias de complexos.

Acredito que seria mais proveitoso ter cursado faculdade de Letras em Itabira em vez de Pedagogia em João Monlevade, ter trabalhado mais, bem mais, com mais afinco e ter iniciado mais cedo a labuta. Ter aprendido a dirigir com 18 anos e não com 37 como foi o meu caso.

Deveria ter falado menos, bem menos, se tivesse aprendido menina que nem toda verdade precisa ser dita, teria evitado muitos dissabores, o efeito rebordosa teria sido infinitamente menor. Entretanto, José Saramago discorda do que eu disse, segundo ele "se eu estiver a ser sincero hoje, que importa que tenha de arrepender-me amanhã?"

Mais uma coisinha, não teria descontado minhas raivas, ódios e nervosismos na comida, desde que completei quinze anos, travo uma luta renhida com a balança, uma hora estou magra, outra gorda, não termina um mês sequer que o meu peso não tenha oscilado. Aqui em casa tenho roupa para todo tipo de corpo, do manequim 40 ao 46.


Novamente digo, deveria ter estudado mais, lido mais, entendido mais de política, lido mais jornais, aproveitado mais as chances que me foram dadas.

Ah, também deveria ter sido menos imatura e infantil em várias coisas e com várias pessoas, ter me preservado mais, guardado mais minhas verdades e convicções para mim.

Gostaria de ter aprendido a dançar, sou um poste, tenho vergonha de dançar sem saber coordenar um mísero passinho sequer.

Mais uma coisinha, falar mais baixo, uma vida inteira, as pessoas me mandaram falar mais baixo, odeio que me mandem falar mais baixo, ou vocês pensam que eu quero e gosto de falar alto, segundo uma fonoaudióloga tenho um defeito nas cordas vocais e isso me faz falar alto, e também minha mãe só falava comigo gritando, o povo da família materna fala altíssimo, e eu, aprendi. Pensando melhor, alguns primos meus falam baixíssimo, assim como duas irmãs minha e meu pai, mas tinha que aprender o errado. Bem da verdade, tudo que eu detestava em minha mãe e em meu pai eu herdei. TUDO!

Sabe o que eu queria mesmo, queria voltar no passado só pra reviver tudo que já vivi, e consertar algumas coisas que fiz de errado. Contraditório, sim, é, mas a vida é cheia de contradições. Simples assim!