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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Mães sofrem de solidão


A algum tempo não escrevo pois estou as voltas com meu filho que fez um aninho mês passado e também não gostaria de encher os ouvidos de vocês com histórias de uma mãe de primeira viagem, todavia quero fazer breves considerações sobre a solidão que senti nos três primeiros meses pós-nascimento.

Já comentei aqui que meus pais faleceram e que minhas irmãs moram bem longe, a mais de 3.500 km de distância, por isso também recebo menos visita delas.

Quando meu filho nasceu transcorreu tudo muito tranquilamente, assim como a gestação, o parto e sua vinda para casa. Um bebê quietinho, calmo e sereno, um verdadeiro santo. Mesmo assim é uma mudança radical, nada que li ou ouvi é parâmetro para descrever o que aconteceu comigo depois que me tornei mãe. Os primeiros meses são uma verdadeira provação para a mulher. Sentia-me em um ringue de luta... estava apanhando muito mas tinha que tentar ficar em pé e continuar lutando para sobreviver.

Optei por ficar os primeiros noventa dias em casa, e meus únicos “passeios” foram ao pediatra e ao posto de vacinação, dia após dia em casa, o marido saía para trabalhar e eu ali com um recém-nascido fofo que demandava dia e noite mas interagia pouquíssimo.

O meu maior desafio nestes primeiros meses foi lidar com a solidão, digo solidão e não depressão pós-parto que é completamente diferente, eram dias e noites dentro de casa, um silêncio ensurdecedor, aflitivo, doído...

E não é somente o isolamento físico da agitação do dia-a-dia por conta da necessidade do recém-nascido que sentia falta, me sentia emocionalmente sozinha, já que, por mais que me queixasse, comentasse ou pedisse ajuda para o meu marido, irmãs ou amigas, a verdade é que agora, eu estava ali com outro ser humano por minha conta e risco!

E a famosa felicidade e plenitude que só a maternidade dá? Só vem com o tempo, como qualquer amor, esta felicidade e plenitude são construídas, portanto não exija isso de uma recém-parida, ser mãe nos primeiros meses dói, dói o corpo e a alma. Doía também porque não dormia, mesmo se o bebê dormisse, eu não dormia por inúmeros motivos, mas o principal temor era de não ouvi-lo chorar, de ser negligente...

O que me fez muita companhia neste início foi a televisão e o celular com internet, como o smartphone foi um “anjo” em minha vida, desta forma estava conectada com o mundo novamente.

Ainda bem que tudo passa e este último ano foi a maior e melhor experiência que já vivi, João Pedro é uma bênção de DEUS e eu aproveitei cada minuto deste primeiro ano de sua vida e não me arrependo de nada.

De tudo que já fiz nos últimos 39 anos, sem sombra de dúvida, ser mãe foi meu melhor papel.

Estou feliz, bem da verdade, felicíssima.

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