Ninguém é completo e nem será, somos seres em eterna construção e
incompletos por natureza, sempre em busca de desafios e do desenvolvimento de
novas potencialidades.
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Às vezes nos deparamos com uma situação em que nos vem à mente o
jargão “eu era feliz e não sabia”. O sentimento dessa tal felicidade, pra
mim, é exatamente a sensação da completude.
Ninguém é completo e nem será, somos seres em eterna construção e
incompletos por natureza, sempre em busca de desafios e do desenvolvimento de
novas potencialidades, mas é o instante em que nos sentimos felizes que
indica que estamos repletos, na medida em que nos cabe e nos apraz, naquele
exato momento de vida. Sim, éramos felizes e sabíamos disso. Sempre sabemos
quando a energia positiva flui e a nossa vivência se faz “leve”, com momentos
de alegria e realizações.
Há algum tempo eu participei de uma conversa interessante com um juiz
- hoje desembargador - que me dizia que, à época de seu ingresso na
magistratura, ele era jovem e inexperiente com relação a alguns aspectos
importantes “da vida”, como não ter sido ainda casado e não ter tido ainda
filhos. Ele disse que fora questionado sobre sua capacidade para julgar casos
relacionados à vara de família, por exemplo, não possuindo ele conhecimento
empírico sobre o tema, ao que ele respondeu mais ou menos assim: “Eu não tive
filhos ainda, mas tive e tenho pais, que me criaram e me ensinaram a me relacionar
com as outras pessoas.”
Nem todos tiveram pais presentes e nem todos aprenderam a se
relacionar de maneira educada com os demais, e a ter respeito aos mais
velhos, por exemplo. Cada um é um. Nem todos os juízes já passaram por uma
situação financeira de pobreza e começaram a trabalhar aos dez anos de idade,
como aconteceu comigo, mas todos podem julgar casos relativos à desigualdade
social do nosso país, de maneira que, à sua maneira, cada um carrega consigo
uma bagagem singular, com sua própria complexidade, completude e capacidade
de transcender.”
Embora sempre estejamos aprendendo mais e enriquecendo nosso rol de
aptidões, pode parecer simplório o pensamento de se contentar com aquilo que
se tem, em uma determinada situação. Para mim, a completude é a sensação de
que, por hora, o que eu tenho me basta.
A busca por novas conquistas deve ser uma constante sim, pois o que
somos capazes de ser vai além do que temos e do que somos. Essa é a nossa
capacidade de transcender. Mas temos que ser gratos ao fato de estarmos
vivos, nessa rotina de acumular experiências e ir, aos poucos, moldando os
nossos ímpetos, em busca de uma postura mais gentil para com o universo.
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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
O sentimento de completude - Por Izabella Marinuzzi
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Um comentário:
Adorei!!! Aline Mesquita
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