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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O sentimento de completude - Por Izabella Marinuzzi


Ninguém é completo e nem será, somos seres em eterna construção e incompletos por natureza, sempre em busca de desafios e do desenvolvimento de novas potencialidades.

Às vezes nos deparamos com uma situação em que nos vem à mente o jargão “eu era feliz e não sabia”. O sentimento dessa tal felicidade, pra mim, é exatamente a sensação da completude.
Ninguém é completo e nem será, somos seres em eterna construção e incompletos por natureza, sempre em busca de desafios e do desenvolvimento de novas potencialidades, mas é o instante em que nos sentimos felizes que indica que estamos repletos, na medida em que nos cabe e nos apraz, naquele exato momento de vida. Sim, éramos felizes e sabíamos disso. Sempre sabemos quando a energia positiva flui e a nossa vivência se faz “leve”, com momentos de alegria e realizações.
Há algum tempo eu participei de uma conversa interessante com um juiz - hoje desembargador - que me dizia que, à época de seu ingresso na magistratura, ele era jovem e inexperiente com relação a alguns aspectos importantes “da vida”, como não ter sido ainda casado e não ter tido ainda filhos. Ele disse que fora questionado sobre sua capacidade para julgar casos relacionados à vara de família, por exemplo, não possuindo ele conhecimento empírico sobre o tema, ao que ele respondeu mais ou menos assim: “Eu não tive filhos ainda, mas tive e tenho pais, que me criaram e me ensinaram a me relacionar com as outras pessoas.”
Nem todos tiveram pais presentes e nem todos aprenderam a se relacionar de maneira educada com os demais, e a ter respeito aos mais velhos, por exemplo. Cada um é um. Nem todos os juízes já passaram por uma situação financeira de pobreza e começaram a trabalhar aos dez anos de idade, como aconteceu comigo, mas todos podem julgar casos relativos à desigualdade social do nosso país, de maneira que, à sua maneira, cada um carrega consigo uma bagagem singular, com sua própria complexidade, completude e capacidade de transcender.”
Embora sempre estejamos aprendendo mais e enriquecendo nosso rol de aptidões, pode parecer simplório o pensamento de se contentar com aquilo que se tem, em uma determinada situação. Para mim, a completude é a sensação de que, por hora, o que eu tenho me basta.
A busca por novas conquistas deve ser uma constante sim, pois o que somos capazes de ser vai além do que temos e do que somos. Essa é a nossa capacidade de transcender. Mas temos que ser gratos ao fato de estarmos vivos, nessa rotina de acumular experiências e ir, aos poucos, moldando os nossos ímpetos, em busca de uma postura mais gentil para com o universo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei!!! Aline Mesquita