Alguns amigos e familiares ficaram decepcionados quando expressei
no texto "Deixa a vida me levar..." que estou com preguiça de lutar, que qualquer coisa para mim está mais
interessante do que "pegar o boi da vida pelo chifre" e que de
algumas coisas, metas, objetivos, sonhos, simplesmente desisti, sem remorso,
sem tristeza, momentaneamente não penso mais sobre o assunto.
Estou, sinceramente, sem saber o que fazer, como
fazer, por onde começar. Por exemplo, fiz a faculdade de Direito e depois de “comer
o pão que o diabo amassou” para terminá-la, digo isso com bastante ênfase, fazer o quê, sou dramática, não sei como dispor do diploma. No auge dos meus 37 anos,
como esta proximidade dos 40 tem me pesado, eu não posso e nem quero,
simplesmente abandonar o emprego que tenho há mais de 14 anos e arriscar em
algo que nem sei se dará certo, como abrir um escritório de advocacia ou associar-me a alguém em início de carreira, contudo se balançarmos uma árvore e sobre a mesma estiverem
10 pessoas, as 10 que caírem certamente serão formadas em Direito.
Além do mais, sou um ser humano que literalmente
não tem eira e nem beira no quesito familiares na área do Direito, não tenho
tradição nesta área, bem da verdade minha família não tem tradição em área alguma,
infelizmente.
Esclarecendo, um pouco de cultura geral faz bem, quando
dizemos que fulano não tem eira nem beira, significa que o mesmo não tem onde
cair morto. A expressão veio de Portugal, de navio.
A palavra eira vem do latim “área”, significando
um espaço de terra batida, lajeada ou cimentada, próximo às casas, nas aldeias
portuguesas, onde se malhavam, trilhavam, limpavam e secavam cereais. Depois da
colheita, os cereais ficavam ao ar livre e ao sol, a fim de serem preparados
para a alimentação ou para serem armazenados.
Quem possuísse uma eira era
proprietário e produtor, com terras, casa e bens. Quer dizer que tinha riqueza,
poder e status social, explica o professor de Língua Portuguesa Ari Riboldi.
Já a beira é a aba da casa,
aquela extensão do telhado que serve para proteger da chuva. "Quem não tem
eira nem beira não é dono de terra nem de casa. Nos tempos atuais, é um
sem-teto, um sem-terra. Diz-se de quem vive miseravelmente, na extrema
pobreza".
O professor conta que a
expressão ganhou popularidade devido a sua rima e mostra a condição de uma
legião cada vez maior de famintos e miseráveis, "na margem das cidades e
das estradas, à espera de dias melhores.”
Ou seja, quando digo que desisti, é que momentaneamente não sei o
que fazer, como fazer, para onde correr. E sinceramente, estudar para concurso
está longe de ser uma meta, um objetivo, é algo que nem cogito, pois não estou
com coragem e muito menos com tempo para dispender em algo que nem sei se terei
retorno.
Sobretudo é melhor seguir a vida, sem muitas expectativas, pois
para cada dia basta o seu próprio mal, já diz as escrituras.
E se até aqui Deus
me guiou, e Ele não é homem, para que minta; e nem filho do homem, para que se
arrependa das promessas que fez, vamos continuar vivendo um dia de cada vez e
agradecer por estamos com saúde e em paz, como diz Albert Schweitzer, "felicidade é nada
mais que boa saúde e memória ruim".
Destarte, estou aqui,
remando em busca de uma vida sempre melhor, e essa interminável batalha atrás
de metas, realização pessoal, paz interior, equilíbrio e dinheiro é realmente
desgastante, todavia, estou com saúde e disposição para, literalmente, dar e
vender!
Um comentário:
Vdd!!! Amei o texto!!! Sempre leio!!! Sua leitora numero 1 rsrsrsrs!!! Bjimmm!!!! Kris Lorenzoni
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