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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A desconstrução do estereótipo



Em linhas gerais, estereótipo são generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou características de outros. É um termo de origem grega que significa impressão sólida, e pode ser sobre a aparência, roupas, comportamento, cultura, etc..

Nós, seres humanos, em geral, adoramos estereótipos, e como eu sofri e sofro com este tipo de comparação, resolvi escrever sobre.

Trabalho na mesma empresa há 14 anos, quando iniciei os trabalhos estava com 23 anos, e os colegas à minha volta acompanharam todo o meu crescimento pessoal e profissional. A minha história está completamente interligada com a história da empresa. Obviamente, alguns traços de personalidade são o que faz da pessoa ser o que ela é, no entanto, uma jovem, para não dizer uma menina de 23 anos não tem nada a ver com uma mulher de 37 anos. O lapso temporal entre uma idade e outra é enorme e as mudanças inúmeras e relevantes.

Contudo, insistem em lembrar de como você era, o que você fazia e qual era o seu calcanhar de Aquiles, é o famoso ditado, quem faz a fama, deita na cama. E este tipo de coisa é como erva daninha, vai passando de uma geração para outra.

Quando o estereótipo é para o bem, maravilha, porém, quando se propaga, quando te tratam como se você ainda fosse a mesma pessoa de anos atrás, baseadas em mapas mentais completamente desatualizados, é muito irritante.

Eis um exemplo banal, nunca gostei de melancia, e de uns tempos para cá tenho amado, como com gosto e por puro prazer, quem não acompanhou esta evolução continua achando que detesto a fruta, o que hoje é uma inverdade.

Outro estereótipo que me acompanha, é que “falo pelos cotovelos”, um dia fui assim, pois como sou alegre, comunicativa, de bem com a vida, as pessoas acreditam que eu “falo com as paredes”. E mesmo quando jovem, mesmo quando “falava pelos cotovelos” como diziam, eu sempre amei ficar sozinha, sou caseira e os meus vizinhos dizem que na minha casa parece que não reside ninguém, tamanho o silêncio. Em festas sou uma das mais discretas, e para quem não me conhece de fato, acredita que "passei o rodo" na geral, bebo todas e que “quebro tudo”. Ledo engano.

Sou como a maioria, o famoso homem médio do Direito, tem dias em que estou mais alegre, mais falante e em outros não quero dizer nada! Quero apenas o direito de ficar calada sem ter de explicar o porquê de estar assim... Sobretudo sofro por saber que não sou eu quem vai te convencer.

O que tem me desencorajado é quando o resultado desta ação me prejudica no trabalho ou em alguma outra avaliação, colega me tratar como me tratava a mais de uma década, é cansativo e desgastante por demais. Acreditar que ser comunicativa é sinônimo de não saber guardar segredo e ser indiscreta é lamentável.

Diante da infinidade de alternativas que nos são apresentadas no decorrer de nossas vidas, não vejo porque o foco em algo específico tenha que, necessariamente, excluir focos secundários. Sinceramente, não vejo onde o fato da pessoa se preocupar com sua aparência a impeça de ler um livro, por exemplo. E a recíproca é válida. No entanto, a ideia de extremos ainda persiste na cabeça de alguns. Será que é imperceptível o quanto isso é limitante?

Aquela máxima do “não julgue um livro pela capa” continua valendo. Acredito que a identidade vá além dos padrões pré-estabelecidos e só se pode emitir juízos de valor depois de conhecer o conteúdo da pessoa, o que ela tem a oferecer. Se ela é mais que um rostinho bonito ou não vai depender das suas segundas impressões. Os estereótipos não são confiáveis: tatuado não é sinônimo de bandido, colombiano não é sinônimo de traficante, muçulmano não é sinônimo de terrorista, etc.. Simples assim.


3 comentários:

Crisciane Alves de Almeida disse...

Adorei!!!!!!!Identifiquei-me totalmente. Bjsssssss

Anônimo disse...

Vale apenas ler. Weslley Siqueira

Anônimo disse...

Adorei, Érika!!! Falou tudo!!! (Aline Mesquita)