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sexta-feira, 14 de março de 2014

A escrita me trouxe consolo!


Comecei a escrever sem uma intenção prévia, no início não sabia bem como fazer, por onde começar e sobre o quê escrever, apesar de todas as dúvidas, ter este blog, tem me feito um bem enorme, tenho escrito quase que diariamente e cada vez mais me sinto estimulada, desafiada, pois a escrita, o ato de escrever, me trouxe consolo.

Todavia, será que a minha escrita também trouxe consolo às demais pessoas? Não sei. Só sei que se não escrevo nada de bom, simplesmente deleto, porque primeiro escrevo para mim, a minha primeira leitora sou eu mesma, antes de publicar leio 04 ou 05 vezes e depois da publicação já feita, releio e reescrevo também, o interessante é que desenvolvi o gosto pela escrita e em todos os casos, se ninguém puder ler, pelo menos eu me senti tão seduzida que muitas vezes não consigo expressar em palavras, é como se fosse sendo esvaziada por dentro, como se tudo fosse se ajustando e cada coisa fosse sendo colocada em seu devido lugar, é uma válvula de escape.

E a pergunta que não quer calar, sobre o que escrevo, como acontece o insight? Então, escrevo sobre qualquer assunto, sobre a minha vida, o que penso, sobre o que me acalma, sobre o que me entristece, sobre uma lembrança, um pensamento, um lugar, uma época, também escrevo por encomenda.

Acontece uma faxina mental e corporal, por várias vezes acordo no meio da madrugada e fico pensando em algum assunto específico e ele pode ou não transformar-se em um texto, ocorre também quando vejo algum filme, TV ou em conversas triviais do dia-a-dia, este texto surgiu por causa do filme "O Grande Gatsby."

Corroboro a minha fala acima com o que diz Gabriella Beth Invitti, "escrevo tudo o que existe dentro de mim: pensamentos, vontades e sentimentos - talvez seja demais para as outras pessoas. Escrevo nos momentos mais frustrantes, nos momentos de maior inspiração, escrevo porque preciso. Escrevo porque escrever é minha terapia."

Resumindo, o meu ponto de partida é sempre uma impressão, qualquer que seja ela, um senso de justiça e/ou injustiça, um gosto e/ou desgosto. Quando sento para escrever já tenho mais ou menos definido sobre o que escreverei e desta forma as palavras surgem. Escrevo porque a minha inquietude inicial é ser ouvida.

Nessa toada Clarice Lispector, a quem tanto admiro, diz que "escreve porque encontra nisso um prazer que não consegue traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando... Escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada. Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...

Ato contínuo, "quando não estou escrevendo, eu simplesmente não sei como se escreve. E se não soasse infantil e falsa a pergunta das mais sinceras, eu escolheria um amigo escritor e lhe perguntaria: como é que se escreve? Que é que se diz? E como dizer? E como é que se começa? E que é que se faz com o papel em branco nos defrontando tranquilo? Sei que a resposta, por mais que intrigue, é única: escrevendo, aprende-se escrever, escrevendo. Sou a pessoa que mais se surpreende em escrever. E ainda não me habituei a que me chamem de escritora. Porque, fora das horas em que escrevo, não sei absolutamente escrever. Será que escrever não é um ofício? Não há aprendizagem, então? O que é? Só me considerarei escritora no dia em que eu disser: sei como se escreve.”

Bom, é isso, "escrever para mim é gritar em silêncio para o mundo, aquilo que sou por dentro", já dizia Artemisa Ferreira - Poetisa de Cabo Verde.


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