"Penso, penso, penso, não paro de pensar. Mas quando penso, me arrependo, e me arrependendo não erro mais." Arally Pontes - Será?
As coisas acontecem do jeito que acontecem e na maioria das
vezes estão certas assim, é aquele famoso ditado que diz: Deus escreve certo
por linhas tortas. Normalmente as pessoas dizem que não se arrependem de nada
do que fez ou fizeram, eu não, me arrependo de quase tudo, desde que nasci, se
pudesse reescreveria minha história novamente. Digo isso, porque de vez em
quando passa pela minha cabeça "ah, poderia ter sido diferente..."
Existe um ditado que diz: "há quatro coisas que não
voltam atrás: a pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida e o tempo
passado."
Logo, o que eu faria diferente? Comecemos. Teria sido mais
estudiosa, lido mais, estudado mais, aprendido Inglês, por exemplo, todas às
vezes, já depois de adulta que comecei a estudar Inglês, eu largava para lá,
quando começava a ficar difícil, eu abria mão. Eu não gosto de nada difícil
demais, mas segundo o meu marido, eu só escolho o que é difícil, diz ele que
não gosto de nada fácil. Vai entender!
Outra coisa, teria sido menos nervosa, menos estopim curto,
teria brigado menos, batido menos boca, não teria roído as unhas, uma vida
inteira roí unha, lembro de mim com 05 anos no pré-primário sendo chamada
atenção pela professora porque estava com a mão na boca.
Teria feito o estágio na Vale, não é estágio, era treinamento
para menor aprendiz, não me recordo direito, que minha Tia Rosa tanto queria,
mas não quis, perdi o dia da prova, daí ela conseguiu outro dia para eu fazer,
fui lá e fiz a prova de qualquer jeito, não estudei, portanto, não passei e
perdi esta oportunidade.
Teria namorado mais, comecei a namorar muito tarde, muitos
medos e baixa auto-estima, cheias de complexos.
Acredito que seria mais proveitoso ter cursado faculdade de Letras em Itabira em vez de
Pedagogia em João Monlevade, ter trabalhado mais, bem mais, com mais
afinco e ter iniciado mais cedo a labuta. Ter aprendido a dirigir com 18 anos e
não com 37 como foi o meu caso.
Deveria ter falado menos, bem menos, se tivesse aprendido
menina que nem toda verdade precisa ser dita, teria evitado muitos dissabores,
o efeito rebordosa teria sido infinitamente menor. Entretanto,
José Saramago discorda do que eu disse, segundo ele "se eu estiver a ser
sincero hoje, que importa que tenha de arrepender-me amanhã?"
Mais uma coisinha, não teria descontado minhas raivas, ódios
e nervosismos na comida, desde que completei quinze anos, travo uma luta renhida
com a balança, uma hora estou magra, outra gorda, não termina um mês sequer que
o meu peso não tenha oscilado. Aqui em casa tenho roupa para todo tipo de
corpo, do manequim 40 ao 46.
Novamente digo, deveria ter estudado mais, lido mais,
entendido mais de política, lido mais jornais, aproveitado mais as chances que
me foram dadas.
Ah, também deveria ter sido menos imatura e infantil em
várias coisas e com várias pessoas, ter me preservado mais, guardado mais
minhas verdades e convicções para mim.
Gostaria de ter aprendido a dançar, sou um poste, tenho
vergonha de dançar sem saber coordenar um mísero passinho sequer.
Mais uma coisinha, falar mais baixo, uma vida inteira, as
pessoas me mandaram falar mais baixo, odeio que me mandem falar mais baixo, ou
vocês pensam que eu quero e gosto de falar alto, segundo uma fonoaudióloga
tenho um defeito nas cordas vocais e isso me faz falar alto, e também minha mãe
só falava comigo gritando, o povo da família materna fala altíssimo, e eu,
aprendi. Pensando melhor, alguns primos meus falam baixíssimo, assim como duas
irmãs minha e meu pai, mas tinha que aprender o errado. Bem da verdade, tudo
que eu detestava em minha mãe e em meu pai eu herdei. TUDO!
Sabe o que eu queria mesmo, queria voltar no passado só pra
reviver tudo que já vivi, e consertar algumas coisas que fiz de errado.
Contraditório, sim, é, mas a vida é cheia de contradições. Simples assim!
Um comentário:
Não gostei. Acho q se tivesse feito tanta coisa diferente, não seria a Érika q tanto gosto. Pronto, falei.
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