A algum tempo não escrevo pois estou as voltas com meu filho que fez um aninho mês passado e também não
gostaria de encher os ouvidos de vocês com histórias de uma mãe de primeira viagem,
todavia quero fazer breves considerações sobre a solidão que senti nos três primeiros meses
pós-nascimento.
Já comentei aqui que meus pais faleceram e que minhas irmãs moram bem longe, a mais de 3.500 km de distância, por isso também recebo menos visita delas.
Quando meu filho nasceu transcorreu
tudo muito tranquilamente, assim como a gestação, o parto e sua vinda para casa. Um bebê
quietinho, calmo e sereno, um verdadeiro santo. Mesmo assim é uma mudança radical, nada
que li ou ouvi é parâmetro para descrever o que
aconteceu comigo depois que me tornei mãe. Os primeiros meses são uma
verdadeira provação para a mulher. Sentia-me em um ringue de luta... estava apanhando muito mas tinha que tentar ficar em pé e continuar lutando para sobreviver.
Optei por ficar os primeiros noventa
dias em casa, e meus únicos “passeios” foram ao pediatra e ao posto de
vacinação, dia após dia em casa, o marido saía para
trabalhar e eu ali com um recém-nascido fofo que demandava dia e noite mas
interagia pouquíssimo.
O meu maior desafio nestes
primeiros meses foi lidar com a solidão, digo solidão e não depressão pós-parto
que é completamente diferente, eram dias e noites dentro de casa, um silêncio
ensurdecedor, aflitivo, doído...
E não é
somente o isolamento físico da agitação do dia-a-dia por conta da necessidade
do recém-nascido que sentia falta, me sentia emocionalmente sozinha, já que, por mais
que me queixasse, comentasse ou pedisse ajuda para o meu marido, irmãs ou
amigas, a verdade é que agora, eu estava ali com outro ser humano por minha conta e risco!
E a famosa felicidade e plenitude
que só a maternidade dá? Só vem com o tempo, como qualquer amor, esta
felicidade e plenitude são construídas, portanto não exija isso de uma
recém-parida, ser mãe nos primeiros meses dói, dói o corpo e a alma. Doía também
porque não dormia, mesmo se o bebê dormisse, eu não dormia por inúmeros motivos, mas o principal temor era de não ouvi-lo chorar, de ser negligente...
O que me fez muita companhia
neste início foi a televisão e o celular com internet, como o smartphone foi um “anjo” em minha vida, desta forma estava conectada com o mundo novamente.
Ainda bem que tudo passa e este
último ano foi a maior e melhor experiência que já vivi, João
Pedro é uma bênção de DEUS e eu aproveitei cada minuto deste primeiro ano de
sua vida e não me arrependo de nada.
De tudo que já fiz nos últimos 39 anos, sem sombra de dúvida, ser mãe foi meu melhor papel.
Estou feliz, bem da verdade, felicíssima.
2 comentários:
Que o SENHOR possa te orientar,possa te dar discernimento,te dar suporte nessa "tarefa" . Ser mãe é doação e isso tenho certeza que você fara ... Rildo Oliveira
Compartilho do mesmo sentimento amiga, mas sobrevivemos. Agda Cardoso
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