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sexta-feira, 7 de março de 2014

A gente nasce, cresce e depois?



Estou vivendo um momento de minha vida que não sei se caso ou compro uma bicicleta. Tem gente que deve ler estes textos e deve achar que sou uma à toa, até agora fico em dúvida se alguém lê mesmo, se não leem significa que posso "escrever o que eu quiser", sem censuras.

Quem me ouve falar assim deve pensar que sou a maior vida mansa, que o que está me faltando é um bom tanque de roupa bem suja para lavar ou um lote para capinar, melhor, uns três filhos com idades entre 01 e 07 anos segurando na barra da minha saia, gritando e correndo pela casa.

Mas, "meu povo, minha pova", como dizia um jurado do querido Silvio Santos, aqui em casa, eu lavo e limpo, só não passo e cozinho, pois cada um passa a sua roupa e quanto a cozinhar, sou uma negação, só para ilustrar, ontem fiz uma sopa de inhame que parecia que eu estava bebendo um copo d'água, gosto de nada. Para falar bem a verdade, um copo de água tem mais sabor. ABAFA! Ah, também trabalho o dia todo, desde os meus 16 anos de carteira assinada.

O que me aflige então? Eis o que me aflige meus amigos, a gente nasce, cresce e depois? Estou nessa fase do depois, nasci, cresci, estudei, trabalhei, namorei, noivei, casei, comprei um apto, um carro e... agora, eu faço o quê da vida e com a vida? Pois, de onde saí e aonde estou, está melhor do que encomenda.

Todavia chega uma hora que cansamos do depois, e o que fazer então, a gente muda, porém como mudar? Como sair da zona de conforto? E o medo, fazer o que com ele?

Eu sei, isso eu já entendi que na vida se aprende com o medo e nas perdas, e quanto a perder, sou letrada, escolada, como dizem por aí. Sei que é perdendo a liberdade que descobrimos o que não se encaixava, que é perdendo alguém que descobrimos que não vale a pena lutar por futilidades, que é perdendo o apoio que descobrimos que o resto do mundo não para só porque nosso mundo parou.

Aprendemos  a viver assim, na marra, no grito, no sufoco, no impulso. Um dia, não muito distante, eu já quis mudar o mundo, quis ser brilhante, quis ser reconhecida. Se me perguntassem quando criança, o que você quer ser quando crescer? Eu responderia sem hesitar como fazia Juninho Bill na música Fera neném do Trem da Alegria "eu quero é ser presidente do Brasil".

E hoje, o que eu quero, hoje, agora, neste exato momento em que escrevo este texto? Hoje eu quero bem pouco e prefiro me concentrar no agora do que planejar um futuro incerto, mas para isso eu preciso preencher o agora, e é isso que tenho procurado fazer, pois uma hora a gente cansa e aprende, erra e concerta e acaba vendo o mundo de outra maneira. Uma hora, tem sempre uma hora. E tem horas que confiamos demais, erramos demais, acreditamos demais e consequentemente quebramos a cara. Como diz Tati Bernardi, uma hora a gente "aprende", assim mesmo, entre aspas, e depois, depois faz tudo de novo, achando que será diferente. Entretanto existem certas coisas que nem quebrando a cara aprendemos e também aprendemos que na vida ser forte, somente forte, não é o suficiente.

Hoje estava assistindo uma reportagem na TV e uma senhora de 61 anos disse, felicidade é consequência de saber viver com o que se tem. Pensei, eureka, é isso, não me falta nada, ou seja, "a lição já sei de cor, só me resta aprender!"

Porém esta lição dói, meu DEUS, como dói, mas aprendemos que com o tempo tudo passa, amadurecemos e nos tornamos melhores com as experiências ruins, pois aprende-se mais com o sofrimento, infelizmente, que no fundo, nem é tão ruim assim, concluímos, que a vida é efêmera e que tudo coopera para o bem daqueles que acreditam e amam a DEUS. A banda Resgate tem uma música que diz: é leve e momentânea a minha tribulação e eu não sou guiada pela dor...

Eu tenho mania, para ser mais clara, um péssimo hábito, dia sim, outro também, de querer começar tudo novamente, acredito que já falei isso aqui, tenho mania de querer fazer tudo pelo menos duas vezes. Como isso não é possível, tenho tentado aprender com os erros do passado o que é certo, com as mágoas anteriores aprender ou pelo menos penso que já aprendi quem merece estar ao meu lado e que não devemos desesperar, muito menos surtar, devemos apenas esperar, segundo Chico Xavier, tudo na vida passa, os momentos bons, assim como os momentos ruins. E é exatamente disso que a vida é feita: momentos!

Sejamos, então, otimistas! Olhemos para o futuro com um farol de milha!

9 comentários:

Anônimo disse...

E depois fica linda igual você! Têuma Félix

Ocimar disse...

Várias frases me vieram à mente enquanto lia, rs. Entre elas uma que acho de um humor ácido: "Felicidade é nada mais que boa saúde e memória ruim."
Albert Schweitzer

Anônimo disse...

Amei a resposta da Têuma rsrsrs!! Kris Lorenzoni

Anônimo disse...

Erika, finalmente visitei o seu blog, mas não tive competência para te responder de lá! Adorei este texto e confirmei que você escolheu a profissão certa, pois tem o dom da palavra e escreve com muita clareza!!! Parabéns!!! Mandou muito bem!! Beijos minha querida!! Ri muito da "senhora de 61 anos..... Kkkkk". Me senti a própria senhora, com a minha idade tão pertinho da dela. Angela Silva

Anônimo disse...

Lindo Érika, adorei! Gustavo Rodolfo Costa

Anônimo disse...

É gostoso ler coisas de pessoas que escrevem com o coração, tudo fica clarinho, sem dúvidas, sem fingimentos. Não é para qualquer um abrir o peito e dizer "esta sou eu". Parabéns pelas palavras, são lindas, fazem pensar, olhar para dentro. Também parabéns pela iniciativa deste Blog, vou segui-lo, não resisto á uma boa prosa. Você é um ser iluminado, corajoso num mundo escuro e servil. Teu amigo Gus!

Daniele Damasceno Matos Dutra disse...

Parabéns Erika, seu blog está ótimo!!! Gostei demais deste texto e deu vontade de ler os outros. (assim farei!)

Beijinhos e Deus te abençoe!!!

Anônimo disse...

Érika! Li um texto que dizia que estamos vivendo um momento de tédio, angústia, ansiedade e um enorme vazio. Seriam "os males do século"! Acho que tem um pouco a ver com esse seu texto! O autor fala sobre a Modernidade Líquida; o nome dele é Zygmunt Bauman. Vale a pena ler! Bjos! Aline Mesquita

Anônimo disse...

A gente continua crescendo. Amadurecendo..e aprendendo. As pessoas em geral exigem muito de si próprias e nem tem tempo de refletir, pensar,observar em volta de si e...escrever. E ė tão bom escrever... ler... e ficar feliz por isso. Felicidades. Deusseni Santana Sanches