Tagarelando com uma amiga ela me confidenciou
que a imagem que as pessoas faziam ou fazem de mim é que sou uma pessoa
explosiva e que "falo pelos cotovelos". Todavia, para sua grata
surpresa, esta descrição não está em conformidade com o ser humano que lhe foi
apresentado pessoalmente. Segundo ela sou um doce, extremamente serena, amorosa
e doce, perdoe-me a falta de modéstia e o autoelogio. O que aconteceu? Fui
possuída por outro ser?
Não, indo direto ao ponto, cansei de bater,
melhor ainda, cansei de apanhar, de estar em "boca de Matilde", de
ser o centro negativo das atenções.
Venho de uma família onde minha avó, mãe e tias
são aflitas, ansiosas, impacientes, não conseguem permanecer 02 horas juntas
que discutem, e como filha mais velha absorvi tudo de bom e de ruim, como uma
esponja.
Hoje, quero ser, e tenho exercitado este lado
arduamente, o mais política e não-reativa possível. Penso algumas vezes antes
de falar e mesmo assim, só falo, se for extremamente necessário. Cheguei à
conclusão que não quero ter razão, quero ser feliz. É clichê o que estou
dizendo, mas o fato é este, quero ser feliz e leve. Cada dia mais calma,
contemplativa, relaxada e plácida, pois não há nada mais salutar do que ir e
vir sem ser alvo de comentários.
Clarice Lispector disse certa vez "sou
como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
depende de quando e como você me vê passar", é exatamente isso que tenho
como meta, ser leve e forte, ou seja, encontrar o equilíbrio, pois o mundo
prefere as pessoas calmas, tranquilas, cordatas, sensatas, prudentes e pacatas, mesmo
que não sejam tão competentes assim.
Posto isso, aprendi que para se dar bem, com
tudo e todos, deve-se rir muito e falar pouco, e este pensamento é corroborado
por Dalai Lama quando o mesmo diz: "tenho certeza de que se eu sorrisse
menos teria menos amigos."
O egrégio filósofo Aristóteles fundamenta o que
digo, para ele "o homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo
quanto diz."