Sempre fui muito questionadora, brinco que quando tiver um filho, este quesito não quero que herde de mim, quase enlouquecia meus pais. As respostas, "é assim e pronto", "quem manda sou eu", nunca me satisfizeram. Gosto de detalhes, minúcias, entrelinhas, preto no branco, e aprendi a duras penas que a vida não é assim.
Meus amigos, acho que já temos liberdade para nos tratarmos de amigos, então, meus nobres amigos, a vida, pois é, a vida é uma caixinha de surpresas, parece enxurrada, algumas vezes sai contornado os obstáculos, seguindo seu percurso de mansinho, quase sem percebermos, já outras vezes, sai atropelando tudo e todos causando estragos por onde passa.
Creio que isso posso dizer que aprendi, por mais que a vida passe de mansinho ou fazendo estrago, não questiono, não cabe a mim contestar, sei que o que virá a frente é a bonança. Certa disso, tenho seguido a vida em paz, uma paz que transcende todo entendimento, visto que quando as coisas não acontecem do jeito que eu quero, é porque acontecerá melhor do que eu penso.
Assim sendo, sabem o que tenho pedido à vida, que se ela quiser chegar, que chegue, mas que venha de mansinho, porque ando um tanto quanto machucada, e por falar nisso, me veio a mente e ao coração o conceito de milagre de Fernanda Gaona, para ela, "milagre é quando tudo conspira contra, mas Deus vem de mansinho e com um sopro leve muda o rumo dos ventos. É quando o incerto nos abraça depois de nos atingir cruelmente com sua fúria. É quando respirar vira quase um suspiro de alívio e a vida devolve o sorriso como forma de retribuição por todo sofrimento. É o instante teimoso que resiste bravamente a um duro percurso e mantém-se em pé amparado pela força divina. É a decisão que escapa de nossas mãos, mas que antes de cair agarra-se com toda a força a uma segunda chance. Milagre é o improvável gesto de carinho que impulsiona o ser humano a não deixar de acreditar."
2 comentários:
Que lindo! Amei! Isabela Quintino
Erika, Muito bom. Tô boba com a sua competência para escrever. É admirável. Beijos, Carmen Rabello
Postar um comentário