Adoro
observar, e este meu lado "voyer" é mais explorado quando viajo.
Penso cá com meus botões que o ócio é que me proporciona isso.
Nestas
últimas férias, observando o vai-e-vem das pessoas, ficava imaginando como
seria a vida delas, o que faziam e como faziam. Com isso me veio à mente, por que me identificava com
algumas logo de cara e com outras não? Como se dá este processo?
Sinceramente,
não sei responder, o que posso dizer é que com alguns a conexão é imediata,
parece que nos conhecemos a tempos, com outros necessita-se de certo esforço,
todavia, com poucos seres humanos nem com muita disposição, como dizem por aí,
"o santo não bate."
Acredito
que nos identificamos com aqueles que são mais parecidos conosco, com nossos
gostos, atitudes, valores e modo de ver e levar a vida, já que especula-se que
não vemos as coisas como elas são e sim como nós somos.
A estruturação diária de todos os aspectos de nossa vida, tal
como as pessoas que se aproximam de nós, derivam exclusivamente da forma como
percebemos e lidamos com a realidade a nossa volta. O que nos sucede, muitas vezes, não pode ser
escolhido ou evitado, contudo a forma como lidamos com as circunstâncias
depende exclusivamente de nossa capacidade de identificar, transformar e
interpretar a realidade. Desta forma, nosso foco define a qualidade, o valor de cada
experiência e a maneira que lidamos com cada uma.
Só sei que nada sei e que existe uma força maior que nos rege. "Assim como somos donos de nossos atos, não somos donos de nossos sentimentos." Será mesmo?
Segundo Mário Quintana, "podemos prometer atos, mas não podemos prometer sentimentos, atos são pássaros engaiolados e sentimentos pássaros em voo."
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