Mudar
é quase sempre muito difícil, causa medo, ansiedade, resistência, espanto. Mudança duradoura de comportamento então, quase um milagre. Todavia, por que mudar é tão
difícil?
Normalmente
mudanças radicais de vida acontecem depois de catástrofes, doenças graves,
grandes decepções, etc., e é preciso desejo grande, pois quase toda mudança
gera desconforto, dor, palpitações. Quanto mais o tempo passa, pelo menos
esta seria a ordem natural das coisas, mais fáceis e aceitáveis as mudanças se
tornam.
Observadora
da vida que sou, a começar por mim, posso afirmar que mudar é um grande desafio. Observe as pessoas a sua volta, todos os dias fazem o mesmo
caminho para o trabalho, dormem no mesmo lado da cama, almoçam no mesmo
restaurante, preferencialmente com os mesmos amigos e na mesma mesa. Se diz que
não gosta de um alimento não come de forma alguma, nem mesmo experimenta para
verificar se tem uma nova opinião, segundo uma nutricionista que conheço, só
podemos dizer que não gostamos de determinado alimento se experimentá-lo, no
mínimo, de doze formas diferentes.
Eu, por exemplo, não sou afeita ao gênero comédia para filmes, posso contar nos
dedos as vezes que paro para ver uma comédia, ou seja, devo estar perdendo
excelentes momentos e boas risadas.
O
que não nos falta são “cases” de sucesso, por vezes nos cansa, e muito, estes
inúmeros conselhos e exemplos, porque só você sabe a dor e a delícia de ser o
que é.
E
se tem uma frase que morro de preguiça é esta: “Deus não dá um fardo maior do
que podemos suportar.” Muitas vezes não suportamos, contudo não existe
outra saída a não ser seguir em frente, como sempre digo, chora e anda, pois
se chorar parado criará um buraco em volta de si, uma erosão e quando parar de
chorar terá dois trabalhos, um é sair do buraco e outro é tentar recuperar o
tempo perdido, pelo menos se chora e anda, quando parar de chorar estará em
algum lugar.
Segundo Beth Joseph no livro Equilíbrio
Psíquico e Mudança Psíquica, mudar é complexo pelo medo do desconhecido e mudar
significa ousar, ir por um caminho novo, diferente e isso muito nos atemoriza,
pois por pior que esteja a situação atual, ela é conhecida. Sabemos, mesmo que
minimamente, em que terreno e onde pisamos, como as coisas se comportam e
esses “saberes” muito nos conforta, contudo, também nos mata aos poucos, e este
é o perigo do comodismo.
Mudar tem um risco, um grande risco, dado que não
sabemos como as coisas ficarão, o que pode ser assustador, logo, permanecer pode ser mortal.
E posso dizer com larga experiência,
sempre que precisei mudar, por mais que o medo tenha sido meu maior companheiro de
jornada, foi para melhor.
Sigamos
em frente, porque o cão não ladra por valentia e sim por medo.
Um comentário:
Muito bom o texto. O problema na mudança é que não temos condições de ver os benefícios futuros. Aluísio Martins
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