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quarta-feira, 12 de março de 2014

A banalização da palavra amigo!


Costumamos dizer que amigos de verdade são os que estão ao seu lado em momentos difíceis... Mas não! Amigos verdadeiros são os que suportam a tua felicidade! Porque em um momento difícil qualquer um se aproxima de você. Mas o seu inimigo jamais suportaria a sua felicidade! Padre Fábio de Mello

Segundo o dicionário amigo é o nome que se dá a um indivíduo que mantém um relacionamento de afeto, consideração e respeito por outra pessoa. O amigo é aquele que possui uma grande afeição por uma ou mais pessoas, que é leal, que protege e faz o possível para ajudar sempre.

Para denominar uma pessoa de amigo, não necessariamente os indivíduos precisam se conhecer há muito tempo, muitas amizades começam repentinamente e ganham importância por diversos motivos. Amigo é aquela pessoa que se confia acima de qualquer coisa, que está sempre disposto a ajudar, seja em situações boas ou ruins.

A figura do amigo é tão importante, que criaram um dia próprio para ele. O dia do amigo é comemorado em 20 de julho. A data foi criada por um argentino, a partir da chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969. O argentinou resolveu enviar cartas para diversos países para instituir o Dia do Amigo, pois acreditava que a chegada à lua era um significado de que os homens deveriam se unir.

Na Bíblia Sagrada, o vocábulo amigo é muito citado, no livro de Provérbios, em um de seus versículos, lemos que "há amigo mais chegado do que um irmão." Somente no velho testamento a expressão amigo é citada 388 vezes e no novo testamento 148 vezes, dando um total de 536 citações.


Quando eu criei as minhas contas em redes sociais, tenho um pouco de tudo, Orkut, Facebook, Twitter, Pinterest, etc., o que mais me incomodava era a necessidade de aparecer de alguns, em minha modesta opinião todos estavam sempre bem, extremamente felizes, de alto astral.

Conclui que a infeliz, sem amigo e sem vida social só podia ser eu, o problema era "myself", eu é que não tinha nada interessante para postar ou que vivia em um mundo paralelo, cheguei a cogitar a possibilidade de me mudar para dentro do Facebook, afinal, já que aqui todo mundo é do bem, amam os animais, odeiam os falsos e hipócritas, todos são amigos, honestos, éticos, abominam corrupção, são revolucionários, fiéis, preferem namorar do que sair para as baladas, possuem uma família exemplar e unida, somente vivem momentos felizes e gostam das pessoas pelo caráter, hombridade, honestidade e inteligência... concluí, isto é um verdadeiro mundo de Alice, sendo assim, é para lá que eu vou.

Alguns perfis são abarrotados de pessoas denominadas “amigos”, pedidos e mais pedidos para serem adicionados. “Fulano começou amizade com beltrano”... diz a atualização da rede a cada amigo adicionado.

Ah, e tem algumas pessoas que você mal vê 01 vez ao ano ou viu uma vez na vida, mas por “status” é bom tê-lo como seu "amigo". Já por demasiado cansada de tudo isso acima exposto, comecei a postar tudo com "status" público, as pessoas no meu perfil não me veem comendo, malhando, suando, pulando, com minha família, esse tipo de coisa posto raramente e há tempo determinado para ficar no ar, quem viu, viu, quem não viu não verá mais, pois vou lá e excluo no máximo em 10 dias a publicação, o que pode ter de interessante em mim, nada.

A depreciação do termo amigo está generalizada, o mesmo serve para substituir o nome de batismo do ser humano a quem se dirige, agora todos a nossa volta são chamados de "amigo", amiga", "miga", esse tal de "miga", "amiga", não me convence, por vezes me passa superficialidade.

Outra coisa que me preocupa em tempos de criminalidade e confesso, me dá uma certa antipatiazinha, é o tal do “check-in”, porque cargas d'água me interessa saber que cicrano está no aeroporto, na cidade tal, no lugar W, ou no restaurante X, Y ou Z, e ainda mais, o que comeu no almoço, por exemplo. Já vi uma discussão de uma casal em um restaurante que a moça queria postar a foto da pizza que acabara de chegar à mesa e o rapaz não queria de jeito nenhum que a mesma fosse postada, o que era para ser um passeio, um momento de descontração, de namoro, companheirismo, transformou-se em uma briga, eles literalmente discutiram na frente de todos e pelo que pude notar a foto não foi postada.

Ou seja, comecei a aceitar qualquer pessoa que me convidasse, não sou muito de ter restrições a isso. No meu perfil não existe nenhuma informação pessoal, nada que me comprometa, por exemplo.


Porque estou tecendo este rosário e vocês devem está pensando, se não gosta, exclui a conta, pois a rede social é minha, e lá eu posto o que eu quiser. Vocês estão certíssimos, estou simplesmente divagando, como faço aqui neste espaço, a função deste blog é esta.

Diante disso tudo exposto passei a deliberar o quanto o sentido de palavras como “amizade” e “amigo” mudou, atualmente elas tem outra conotação! À primeira vista, para os mais desavisados, ao se deparar diante de algumas páginas em uma rede social tem-se a falsa impressão de um mundo formidável, esplendoro, magnífico!

Bia Carvalho profere em seu texto “Amigo?” o seguinte: “Preocupo-me muito com a banalização da palavra "amigo", assim como outras palavras e expressões que são usadas de modo tão frequente, as mesmas estão perdendo seu valor semântico, sendo conduzidas a um lugar comum. O que podemos refletir sobre isso? Quem são, de fato, os verdadeiros amigos e porque os consideramos amigos? Não basta estarmos em sintonia e emocionalmente envolvidos para termos como amigos todos aqueles que estão em convívio diretamente conosco.

Amigo que é amigo não necessariamente precisa estar junto de nós o tempo todo. Amigo pra valer fica do nosso lado, é cúmplice de nossas ações e partilha de nossas alegrias, mas, também, nos mostra o caminho quando estamos perdidos e desorientados, guiando-nos para uma direção certa que nos levará à felicidade, mesmo que fique irritado, xingue, reclame e brigue muito conosco. Mario Quintana define a amizade como sendo um amor que nunca morre. Já Aristóteles radicalizou, segundo ele "ter muitos amigos é não ter nenhum."

 

Todavia, Ana Helena Tavares corrobora que, nesse sentido, “uma “amizade profunda”, por exemplo, é coisa inviável e o motivo é bem simples. A amizade não comporta adjetivos de intensidade, ou é amizade ou não é. É igualmente injusto chamar alguém de “melhor amigo”. Não creio que alguém que viva mais de 20 anos tenha um só amigo ao longo da vida e, se teve dois ou mais, estou certa de que cada um teve seu papel indispensável em momentos específicos. A questão é que intensidade é coisa momentânea, já o sentimento do querer bem um ao outro, quando verdadeiro, é o que permanece. E ela continua, compartilhar alegria é arte para poucos. Se a alegria for de todos, ótimo, chopp é o que não faltará para comemorá-la. Mas e se for de um só? É claro que uma amizade para se dizer amizade tem que misturar riso e lágrima, mas é muito mais fácil dar o ombro para que o outro chore do que alegrar-se com as vitórias alheias. Tragédia causa pena e esta tem a capacidade de causar comoção até em desconhecidos, é ou não é verdade? Mas os triunfos alheios, ah, os triunfos alheios… Esses são a causa da tão maléfica inveja humana e com esses só se alegram os verdadeiros amigos. Disso não me resta dúvidas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Querida, amei o texto, nao porque foi encomendado por mim, mas por compartilhar de praticamente tudo que foi citado. Amizade para mim sempre foi uma palavra sagrada. E diante desta banalizacao comecei a me sentir extremamente incomodada. Porque amigo e coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito. O auge do incomodo foi agora nas minhas ferias, quando eu lá em alagoas, chegou uma pessoa que nunca vi na vida e começamos a conversar, coisa de pousada e ferias e de repente ela disse: AMIGA e blá blá blá... Eu pensei: Heinnnnnn!!! Rsrsrsr ... Obrigada! Posso encomendar mais textos amigaaaaaaaaa? Bjs Claudia Vasseur

Anônimo disse...

Muito bomm!!!! Marceille Luz