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sexta-feira, 27 de junho de 2014

"Ei dor, eu não te escuto mais..."



Dor, esta palavra, em sua maioria, nos remete a sofrimentos, tombos, machucados. Como é difícil e doloroso se recuperar de algumas lesões. Os machucados ardem, os roxos doem, deixam cicatrizes, queloides, marcas.

Todavia depois de tanto cair, estou calejada, tenho aprendido qual o melhor lado para e como desabar, e isto é ensinado, acreditem. Como cair de forma segura em seis passos, ei-los: mantenha sua cabeça erguida. Bata as palmas das mãos abertas no chão, se cair para a frente. Expire. Dobre seu corpo como um acordeão. Se a queda for alta, se enrole conforme você atinge o chão. Pratique como cair sobre uma superfície macia, com este treinamento, o seu corpo fará a coisa certa e isso se tornará um reflexo.

Diante disso, sou, em sua maioria, o reflexo das inúmeras quedas e dores que sofri. Os tombos me ensinaram a ser forte. Já as decepções me habilitaram a ser determinada.

Por conseguinte, não me iludo, sou feita de verdades e experiências. Aprendi a duras penas que quando não se aprende através do amor, aprende-se através da dor. Alfred de Musset é taxativo, “o homem é um aprendiz, a dor é a sua mestra, e ninguém se conhece enquanto não sofreu.

Enfim, algumas vezes tenho por mim um sentimento de comiseração, entretanto esta é uma atitude que me aflige, pois ouvi desde sempre: o pior sentimento que alguém pode ter por você é dó. A expressão já vem carregada de um sentido pejorativo, infelizmente. Quando refiro-me a dó, é no sentido de: “ei, psiu, você aí, preciso de cuidados, de amor, de carinho.”

No entanto, tudo na vida tem uma explicação, ou pelo menos, quase tudo. A etimologia da palavra dó vem do latim dolus, dor, luto, compaixão, lamento, ou seja, por vezes, sinto um lamento pela dor que possuo, pelos tombos e rasteiras que levei.

Verdade seja dita, sendo bem prática e racional, sinto e acredito no que quero, no que vejo, e aprendi que não existe uma verdade exata para tudo, os matemáticos que me perdoem. "A única verdade que tenho é a própria existência por si só, que se inicia com um choro e termina com um suspiro", já dizia Patrícia Mendonça.

Segundo Sófocles, só uma palavra nos liberta de todo o peso e da dor da vida: essa palavra é o amor.

Deste modo, amem-se e permitam-se serem amados.




quinta-feira, 26 de junho de 2014

Saudades eternas da minha mãe!


A vida é muito estranha, sou a filha mais velha de uma casa com 04 filhas, a minha mãe nos teve nova demais, quando eu nasci ela tinha 22 anos, e foi uma luta renhida nos fazer virar gente e gente de qualidade.

Ela e eu brigávamos feito cachorro, eu muito pra frente, ela muito nervosa e com toda a razão, uma pobreza desgraçada e com 04 filhas, só DEUS.

Eu era desaforada, respondona. Saí de casa com 14 anos, vim morar a 3.600 km da minha mãe, comi o pão que o diabo amassou e cuspiu em cima e sempre achei que não precisava da minha mãe, vivia muito bem sem ela por perto, mas DEUS em sua infinita sabedoria nos reaproximou, 11 anos depois de eu sair de casa, e foi pela dor, minha mãe com câncer veio morar dentro da minha casa, e eu com 15 dias de casada, cuidei dela, isso posso falar de boca cheia, cuidei, zelei, fiz o meu melhor, mas briguei muito com ela também e foi assim nos próximos 07 anos.

Hoje, me arrependo de cada briga, de cada gesto grosseiro, de cada chilique, me arrependo por nunca tê-la abraçado de verdade, era só uns abracinhos meia-boca, eu nunca dormi na cama da minha mãe, nunca deitei no colo dela para receber um cafuné, nunca deixei ela me fazer um carinho, sempre fui arisca demais, feito bicho do mato. E agora estou aqui, escrevendo este tanto de bobagem em rede mundial para receber carinho dos meus amigos.

São cinco anos sem minha mãe, e hoje aos 37 anos eu a entendo perfeitamente, perfeitamente, e daria o dedo mindinho do pé para que ela estivesse aqui viva, vivinha e para eu aprender como é bom ter uma MÃE e como é bom ser FILHA. Perdão! Saudades! 30/03/1954 a 12/11/2008.


"Saudade de mãe é coisa sem jeito, chega quando menos imaginamos: um cheiro, uma melodia, uma palavra, uma imagem, e eis que o cordão do tempo, nos convida ao retorno da infância. Hoje, nesse dia em que a vida me fez criança de novo, neste instante em que esta cena feliz tomou conta de mim, uma única palavra eu quero dizer: Oh, minha mãe, que saudade eu sinto de você!" Padre Fábio de Melo

domingo, 22 de junho de 2014

Perdoe-se!



No filme Sete vidas, Will Smith é Tim Thomas, que no decorrer do mesmo assume a identidade de seu irmão Ben, passando a ser um fiscal do imposto de renda.

Nas primeiras cenas, Tim Thomas está dirigindo seu carro tranquilamente quando resolve ler uma mensagem no celular e esquece, momentaneamente, o volante. Neste lapso ocorre um fatídico e funesto acidente e com ele sete pessoas são mortas, dentre elas, sua amada esposa.

Logo depois do ocorrido, a personagem é acometida de profunda depressão, com isso foge de sua família, seu emprego e tenta de algumas formas livrar-se da culpa pelo acidente que causou. O seu plano para tentar redimir-se perante si, suas crenças e a sociedade é salvar sete almas ainda vivas, no lugar das sete vidas tiradas, com isso Tim Thomas fará o possível, para salvar mais sete outras vidas.

Ele elabora uma lista de nomes de desconhecidos que julga serem merecedoras de um presente. Neste caso, através dos arquivos da Receita Federal, ele entra em contato pessoalmente com os escolhidos e realiza uma investigação, mantendo um relacionamento amigável com as pessoas e analisando suas atitudes e caráter.

A obra aborda dois temas atuais, a doação de órgãos e a imprudência no trânsito. O filme começa com a frase: “Em sete dias Deus criou o mundo... e em sete segundos eu destruí o meu.”

A doação de órgãos é vista pela personagem como um presente para o outro e um meio de perdoar-se. Um amigo advogado elabora todos os documentos necessários para que ele doasse seus órgãos e sua riqueza.

O filme faz com que reflitamos sobre nossos atos cotidianos que podem trazer grandes consequências, além de abrir uma porta para a generosidade humana, dentre ela a doação de órgãos. Quando realizamos uma doação reestruturamos vidas que aguardavam por mais uma oportunidade.

Contudo, não se trata de um herói buscando pessoas merecedoras de seus órgãos após o seu planejado suicídio, mas sim, de um homem que se considera um condenado, buscando o seu perdão, sua misericórdia, com uma simples troca de pesos, ou seja, ele busca salvar-se.

Não podemos esquecer que a personagem principal é um ser humano, por mais que julgue ser Deus, avaliando se uma pessoa é digna ou não de receber seus órgãos, é um ser humano e sua morte é tão terrível como a de qualquer pessoa.

Com sua morte as pessoas ajudadas por ele são: Holly Apelgren, a qual doou um pedaço do fígado. Para Connie Tepos deu sua casa na praia para que fugisse do marido agressor. George Ristuccia recebeu um rim. Nicholas Adams, recebeu sua medula óssea. Seu irmão, recebeu parte de seu pulmão. Ezra Turner, era um cego para quem Ben doou sua retina e, por último, Emily Posa, a quem doou seu coração. Completando assim o ciclo de sete pessoas. Sete vidas salvas pelas sete vidas que retirou.

O suicídio dele foi meticulosamente estudado, até então nunca tinha visto algo assim, pois o mesmo não poderia correr o risco de perder seus órgãos e fazer com que seu plano, depois de muito esforço, fosse em vão.

É certo mutilar-se para salvar vidas de outras pessoas? O suicídio deixa de ser algo apavorante quando se transforma em suicídio altruísta, filantropo?

Não, nada justifica tirar sua própria vida, NADA. PERDOE-SE, faz-se necessário que a vida siga.

Perdoar a si mesmo pode ser muito mais difícil do que perdoar outra pessoa. Perdoar-se é um ato importante para seguir em frente e se libertar do passado, é também uma forma de proteger a sua saúde e o seu bem-estar como um todo.

É custoso colocar um ponto final e aceitar o fim. Todavia lembre-se que um fim significa outro recomeço e com isso alguma paz se faz. Fique na companhia de quem te ama desde sempre e do jeito que você é. Dê tempo ao tempo e confie no destino.

Perdoe-se e siga em frente procurando ser melhor, uma vez que perdoar é libertar-se!

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Aprendi a ser grata!


Sempre pensei que eu fosse independente, o auge deste sentimento se deu aos 21 anos, tinha certeza que era “dona do meu nariz”, já era independente financeiramente, sendo assim, o sentimento que imperava era de que não precisava de nada nem de ninguém, ledo engano, como era tola.

Com o passar dos anos fui aprendendo que sou eternamente dependente e devedora de tudo e todos que passaram e passarão por minha vida.

Hoje, no auge dos meus 37 anos, quero ser dependente, quero ser subordinada do amor, da gratidão, do carinho, necessito que as pessoas que me auxiliaram durante toda a minha vida até o presente momento se sintam agradecidas e que eu consiga transmitir este sentimento. Reconhecimento é o sentimento do meu coração neste exato momento.

Gratidão é um sentimento de reconhecimento, uma emoção por saber que uma pessoa fez uma boa ação, um auxílio em favor de outra. Gratidão é uma espécie de dívida, é querer agradecer a outra pessoa por ter feito algo muito benéfico para ela.

Como sinto gratidão e isso é diário em minha vida, tenho necessidade de agradecer, como não sei a quem, pois são inúmeras as pessoas merecedoras, resolvi escrever.

Sou grata a DEUS, pela minha vida, de minha família, de meus amigos, grata por todos os bens materiais e imateriais, por todas as risadas e choros, grata por todas as dificuldades que já enfrentei, por todos os ensinamentos, por todas as rasteiras, decepções e frustrações. É engraçado, estranho e ao mesmo tempo interessante, não sei explicar, depois de dores que momentaneamente pareciam insuportáveis no corpo e na alma, após longos períodos de tristeza, sofrimento e perdas, a vida melhorou, não me perguntem como, tudo contribuiu para o meu bem, até a pele ficou mais viçosa, rejuvenesci. Aprendi, que é leve e momentânea a minha tribulação.

Corroboro a fala de Eugenio Mussak, segundo ele, “agradecer a Deus faz bem, conforta, alegra e dá uma sensação gostosa de estar acompanhado. Mas às vezes pensamos: “Por que Ele não ajudou aos demais? Por que só a mim? Ou, por que só não a mim?” Logo, afastamos essa pergunta, por um simples motivo, ela não tem resposta. Somos muito pequenos para julgar, ou mesmo compreender, todas as intrincadas artimanhas do destino. Gratidão a quem? A Deus? À vida? As pessoas. Não importa. O importante é a gratidão. Ela engrandece quem a sente e dará um jeito de atingir seu alvo. Quando achar que não tem a quem agradecer escute a chilena Violeta Parra: “Gracias a la vida, que me ha dado tanto…”

Agradecer faz parte, todavia o mais importante não é isso. Relevante mesmo é o fato de que carrego em mim o agradecimento e é ele que me torna humana de verdade.



quinta-feira, 12 de junho de 2014

Minha primeira copa do mundo!



Amo o meu país. Amo o Brasil. Isso é fato inegável e incontestável. Não mudaria daqui para viver em outro lugar. É amor. Gosto da minha gente, do meu povo, da alegria espontânea e sem motivos.

Em 1986, tinha 10 anos, e é a primeira lembrança que tenho de ter curtido de fato uma copa do mundo. Uma imagem que não sai da minha cabeça, bem da verdade é a única que recordo realmente desta competição, foi o gol que o Zico perdeu nas quartas-de-final para a França. Estava em pé, na sala, olhando para a TV, o narrador, nosso saudoso Osmar Santos, cuja locução era visceral. Quando ele disse, que quem bateria o pênalti era nosso "galinho de ouro”; meu marido disse que ele falou “galinho de quintino”. O que importa é que quando ouvi Zico, pensei, pronto, é gol feito, infelizmente o brilhante, memorável, respeitado e idolatrado Zico, não devia estar em um bom dia e perdeu a penalidade máxima, coisas do futebol, é por estas e outras que é tão envolvente.

Eu chorei, como eu chorei, chorei tanto, que parecia que o mundo tinha acabado, e dizia ao meu saudoso pai “como ele pode ser o “galinho de ouro” se perdeu a cobrança do pênalti?”, nada que dissesse confortaria o meu coração partido de criança, foi minha primeira desilusão amorosa.

Neste ano a copa foi sediada pelo México, que foi o primeiro país a sediar pela segunda vez uma Copa do Mundo da FIFA. O país, onde o Brasil triunfara em 1970, viu, em 1986, nossos hermanos e arquirrivais argentinos superarem o calor e a altitude e conquistar o título graças à inspiração de Diego Maradona, que no seu auge como atleta, dominou a competição de uma forma que somente nosso rei Pelé havia conseguido até então.

E este ano, para nossa alegria, a copa é no Brasil e do Brasil, isso é como dar doce para criança, porque não existe povo no mundo que goste mais de futebol e festa que o nosso. Só que o país está vivendo um momento de despertamento, como dizem, “o gigante acordou”, e estamos meio que sem saber o que fazer diante de tanta roubalheira, podridão, corrupção e falta de vergonha na cara de alguns políticos que governam o nosso tão amado, lindo e varonil país.

Uma coisa é certa, curtirei esta copa do mundo com todo o meu vigor, amor e entusiasmo, pois não sei se estarei viva quando o mesmo sediar outra competição tão grandiosa como esta e que mobiliza todo o planeta.

Todavia, lembrando que em outubro teremos eleições presidenciais e que devemos votar fazendo uma análise crítica e racional, nestas horas, esqueçamos a emoção, é o nosso futuro e o de nossa família que está em jogo, e nada pior para um país do que um povo que não sabe escolher seus governantes.

Os cargos de Deputados federal e estadual, Governadores, Vereadores, Prefeitos, Senadores e Presidente da República são os mais importantes da Nação e têm tudo a ver com os nossos interesses, interferem de forma direta e indireta nos nossos lares, no nosso dia-a-dia, no presente e futuro dos nossos filhos e de todas as famílias e cidadãos que formam a sociedade.

Lembremos que a vida e o bem-estar de todos nós irão depender da escolha que fizermos nessas próximas eleições, estudem a vida pregressa dos candidatos, não deem seu voto a nenhum deles que esteve ou esteja envolvido em qualquer tipo escândalo, desonra ou crime.

Contudo, é junho/julho, mês de férias, mês de copa do mundo, vamos vibrar e torcer muito pelos nossos atletas e que venha o hexa, pois é por demasiado emocionante e comovente ver a bandeira do Brasil no alto do topo e o nosso hino nacional ser entoado com todo o vigor e furor.




quarta-feira, 11 de junho de 2014

Política de moderação de comentários


Amigos,

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terça-feira, 3 de junho de 2014

Silêncio!

 

Assistindo ao filme "As Horas" uma frase dita por uma das personagens me deixou intrigada: "sempre dando festas para encobrir o silêncio."

Ao ouvi-la uma interrogação imediatamente acendeu em minha cabeça, de fato sempre achei curioso, estranho e ao mesmo tempo admirável às pessoas que não tem um minuto de sossego, estão o tempo todo em movimento e somente chegam em casa para dormir porque são obrigadas pela natureza humana.

Pessoas com esta característica são tão bem resolvidas que não precisam de nenhum minuto com elas mesmas para refletirem sobre nada ou não dão conta de sua companhia, de estarem com elas mesmas, ao ponto do silêncio as incomodarem?

Existe fobia do silêncio? Estudiosos dizem que sim, no entanto aprecio o silêncio e preciso dele, ele aquieta a minh'alma, mente, coração e corpo. De vez em quando fecho os olhos e fico tentando ouvir cada ruído a minha volta, e quando não ouço barulho algum, ou quase nenhum, a sensação de que todos foram abduzidos e só sobrou eu é estranha e ao mesmo tempo reconfortante.

Todavia, o silêncio constrange, em nossa sociedade a fleuma e o sossego são vistas como práticas que devem ser evitadas, é quase que obrigatório estar em movimento, diante disso cada vez temos menos tempo e espaço para a meditação, para o ócio e para a reflexão.

Segundo a psicóloga Eliana Bess d'Alcantara "muitas pessoas fogem do silêncio porque não suportam a falta de ruídos, não sabem estar sem ter o que fazer e também não toleram a ausência de pessoas. Algumas não aguentam mais que o minuto regulamentar para homenagens fúnebres e logo ficam inquietas, assim como muitos casais sentem-se desajeitados e não conseguem passar um tempo juntos num silêncio conivente e afetuoso. Em nossa sociedade ensurdecedora o silêncio incomoda, enlouquece e oprime."

Especialistas dizem que o silêncio interno melhora a concentração, traz sensação de bem-estar e organiza os pensamentos, abrindo espaço para a renovação e a criatividade. Esses benefícios podem ser comprovados por meio da ressonância magnética, que atesta que durante o período em que a pessoa está sem pensar em nada, concentrada em sua respiração e em silêncio, ocorre um aumento do córtex cerebral. Na prática, há uma melhora das funções do hipocampo, área do cérebro diretamente envolvida com a aprendizagem, a memória e a emoção. E não é só isso, o silêncio também diminui o estresse e a ansiedade.

Para Vossa Santidade o Papa Bento XVI “é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de ‘ecossistema’ capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons."