Sempre
pensei que eu fosse independente, o auge deste sentimento se deu aos 21 anos,
tinha certeza que era “dona do meu nariz”, já era independente financeiramente,
sendo assim, o sentimento que imperava era de que não precisava de nada nem de
ninguém, ledo engano, como era tola.
Com
o passar dos anos fui aprendendo que sou eternamente dependente e devedora de
tudo e todos que passaram e passarão por minha vida.
Hoje,
no auge dos meus 37 anos, quero ser dependente, quero ser subordinada do amor,
da gratidão, do carinho, necessito que as pessoas que me auxiliaram durante
toda a minha vida até o presente momento se sintam agradecidas e que eu consiga
transmitir este sentimento. Reconhecimento é o sentimento do meu coração neste
exato momento.
Gratidão é um sentimento de reconhecimento, uma emoção por saber que
uma pessoa fez uma boa ação, um auxílio em favor de outra. Gratidão é uma
espécie de dívida, é querer agradecer a outra pessoa por ter feito
algo muito benéfico para ela.
Como
sinto gratidão e isso é diário em minha vida, tenho necessidade de agradecer,
como não sei a quem, pois são inúmeras as pessoas merecedoras, resolvi
escrever.
Sou
grata a DEUS, pela minha vida, de minha família, de meus amigos, grata por
todos os bens materiais e imateriais, por todas as risadas e choros, grata por
todas as dificuldades que já enfrentei, por todos os ensinamentos, por todas as
rasteiras, decepções e frustrações. É engraçado, estranho e ao mesmo tempo
interessante, não sei explicar, depois de dores que momentaneamente pareciam insuportáveis
no corpo e na alma, após longos períodos de tristeza, sofrimento e perdas, a
vida melhorou, não me perguntem como, tudo contribuiu para o meu bem, até a
pele ficou mais viçosa, rejuvenesci. Aprendi, que é leve e momentânea a minha
tribulação.
Corroboro a fala de Eugenio Mussak, segundo ele, “agradecer a Deus
faz bem, conforta, alegra e dá uma sensação gostosa de estar acompanhado. Mas
às vezes pensamos: “Por que Ele não ajudou aos demais? Por que só a mim? Ou, por que
só não a mim?” Logo, afastamos essa pergunta, por um simples motivo, ela não
tem resposta. Somos muito pequenos para julgar, ou mesmo compreender, todas as
intrincadas artimanhas do destino. Gratidão a quem? A Deus? À vida? As pessoas.
Não importa. O importante é a gratidão. Ela engrandece quem a sente e dará um
jeito de atingir seu alvo. Quando achar que não tem a quem agradecer escute a
chilena Violeta Parra: “Gracias a la vida, que me ha dado tanto…”
Agradecer
faz parte, todavia o mais importante não é isso. Relevante mesmo é o fato de
que carrego em mim o agradecimento e é ele que me torna humana de verdade.
6 comentários:
Bom texto. Sou eternamente grato a algumas pessoas e parece que por mais que eu faça alguma coisa, nunca pagarei a "dívida". Na verdade a única coisa que me deixa melhor, é fazer o mesmo para outras pessoas.
Caramba eu li esse texto e to ate agora refletindo sobre o assunto... Simplesmente fantástico!!! Muito obrigada. Érika Mariana
Parabéns pelo lindo texto. É isso aí. Sou grata pelas belas palavras postadas. Forte abraço Erikinha. Bjs, Miralda Rodrigues
Esse é um texto inteligente que te faz pensar.... Érika Mariana
Amei!!! Kris Lorenzoni
Esse texto me fez lembrar dos meus tempos de colégio, onde eu passei anos sentindo-me totalmente dependente de uma amiga que era e é expert em matemática, quando ela faltava a aula eu ficava desesperada .. e ela, por saber muito, faltava sempre.. até que acabou reprovando, para meu total desespero. No ano seguinte tive que seguir sem a minha tábua de salvação e foi aí que veio a libertação.. tirei notas boas em matemática e passei direto de ano. Naquele dia eu me libertei do meu cativeiro... Hoje, apesar de livre, sinto-me dependente de sentimentos, de amigos, de família, de amor e de atenção... mas essa sensação já não me sufoca... acaba por me libertar da solidão...Lu
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